“MEMENTO, HOMO, QUIíA PULVIS ES ET IN PULVEREM REVERTERIS. ”

''REVERTERE AD LOCVM TVVM'

'Retornarás de onde vieste'


ARTE TUMULAR

Existe um tipo de arte que poucas pessoas conhecem, a chamada arte tumular. Deixando-se de lado o preconceito e a superstição, encontraremos nos cemitérios, trabalhos esculpidos em granito, mármore e bronze de personalidades que marcaram época. É um verdadeiro acervo escultórico e arquitetônico a céu aberto, guardando os restos mortais de muitas personalidades imortais de nossa história, onde a morte se torna um grande espetáculo da vida neste lugar de maravilhosas obras de arte e de grande valor histórico e cultural. Através da representação, a simbologia de saudades, amor, tristeza, nobreza, respeito, inocência, sofrimento, dor, reflexão, arrependimento, dá sentido às vidas passadas. No cemitério, a arte tumular é uma forma de cultura preservada no silencio e que não deverá ser temida, mas sim contempladas.



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23 de fev. de 2018

AMADOR DE AGUIAR - Arte Tumular - 1223 - Cemitério Paulistano do Redentor, São Paulo, Brasil








ARTE TUMULAR
Tumulo de formato quadrado,  abandonado, destacando-se apenas a lápide onde está gravado 'Família Aguiar'. 
Por ordem judicial, a sepultura 23-25 do cemitério paulistano do Redentor foi lacrada com um bloco de concreto de 4 toneladas. Lá, foi enterrado, em 1991, o lendário banqueiro Amador Aguiar, que converteu o Bradesco numa das maiores instituições financeiras do país. Expedida em 26 de março pela 7ª Vara de Família de São Paulo, a medida foi pedida pelo advogado Leandro Pinto, que representa uma mulher que alega ser filha de Aguiar. O túmulo foi selado para evitar violações que impeçam a realização de um exame de DNA. Se ganhar o processo, a mulher terá direito a um quinhão da herança estimado em R$ 150 milhões. A ação corre em sigilo.
Texto: Marcelo Osakabe e Felipe Patury

LOCAL: Cemitério Paulistano do Redentor, São Paulo, Brasil
Descrição Tumular: Helio Rubiales




Amador Aguiar foi um empresário, banqueiro e lavrador brasileiro, diretor-presidente do banco Bradesco, que hoje disputa com o Banco do Brasil e Banco Itaú o posto de maior instituição financeira do Brasil. Wikipédia
Nascimento11 de fevereiro de 1904, Ribeirão Preto, São Paulo
Falecimento24 de janeiro de 1991, São Paulo, São Paulo
PERSONAGEM
 Amador Aguiar (Ribeirão Preto, 11 de fevereiro de 1904 — São Paulo, 24 de janeiro de 1991) foi um empresário, banqueiro e lavrador brasileiro, diretor-presidente do banco Bradesco (Banco Brasileiro de Descontos S.A.), que hoje disputa com o Banco do Brasil e Banco Itaú o posto de maior instituição financeira do Brasil.
Morreu aos 86 anos.

SINOPSE BIBLIOGRÁFICA
De origem humilde, fez seus estudos primários no Grupo Escolar de Sertãozinho. Trabalhou na terra, no cultivo do café, mas aos 16 anos, pretendendo crescer na vida e brigado com seu pai, abandonou o campo, transferindo-se para Bebedouro onde conseguiu um emprego numa tipografia. Foi aí que, num acidente de trabalho, perdeu o dedo indicador da mão direita.

Teve oito irmãos, mas pouco se sabe sobre eles, exceto Mário Coelho Aguiar, que trabalhou no Bradesco e chegou a Vice Presidente além de um sobrinho seu, Antonio Aguiar Graça, que chegou a Diretor.

Curiosamente, ninguém da família Aguiar fez carreira sucessória no Banco ou faz parte da diretoria executiva, exceto, os atuais dois assentos no Conselho por força dos 10% de ações com direito a voto da herança que os herdeiros detém no Banco, através de uma holding (Concialpa)

DE BANCÁRIO A BANQUEIRO
 Em 1926, com 22 anos de idade, obteve o emprego de office boy no Banco Noroeste, agência de Birigui. Iniciava assim, num posto humilde, a sua carreira de bancário. Com muita determinação percorreu todos os cargos ali existentes, até o de gerente. Em seguida, foi trabalhar na Casa Bancária Almeida Irmãos, com sede em Marília, instituição financeira fundada pelo Coronel Galdino de Almeida e sócio José da Silva Nogueira, cujo presidente era José Alfredo de Almeida (Zezé), cargo que ocupou até a década de 1960, sendo sucedido pelo seu cunhado, Dr. José da Cunha Júnior, que ficou até 1969. José Alfredo de Almeida alguns anos depois veio a fundar uma companhia de aviação civil no país - TAM, mercado em que seguiu até o fim de sua vida. Sob o comando do então presidente e controlador, Dr. José da Cunha Júnior, a casa bancaria Almeida e Irmãos - que era uma espécie de correspondente bancário do Banco do Brasil - transformou-se em banco, passando-se a se chamar Banco Brasileiro de Descontos.

Em 1946, sua sede foi transferida para a rua Álvares Penteado, em pleno centro financeiro da cidade de São Paulo e, sete anos após, a administração do banco foi levada para a denominada Cidade de Deus, Vila Yara, em Osasco. Já contava, então, com agências nas principais cidades de São Paulo e em quase todos os estados do Brasil. Em 1969, de superintendente, passou à presidência do Banco, por ocasião da aposentadoria do Dr. José da Cunha Jr., genro do coronel Galdino, que exerceu o cargo até sua morte.

Curiosamente, tanto o Banco como até mesmo a Fundação Bradesco conferem a fundação a Amador Aguiar (vide sites do banco e da fundação) esquecendo-se totalmente da família Almeida que criou e se manteve à frente por 26 anos. Em 1980, Lázaro de Mello Brandão viria a sucedê-lo na presidência do Banco, ficando Aguiar como presidente do Conselho.Brandão nascera em 1926, ou seja, tinha apenas 16 anos e 9 meses quando o Bradesco foi fundado e, talvez, não tenha interesse em desvendar (ou explicar) o mistério do contratado que virou dono e, pior, sucumbiu a verdadeira história de uma família que empreendeu e criou o maior banco privado dos anos 1950 até 2009 para o completo ostracismo. Laudo Natel, vivo até hoje (2016) sabe tanto ou mais que Brandão, mas, prefere se calar. 

O EMPRESÁRIO
 A controvérsia se Amador foi ou não empresário ou simples empregado contratado em 1943, ano em que o projeto de virar banqueiro começou a se concretizar, está em uma assertiva totalmente falsa que, por incrível que pareça, ainda aparece na mídia: dizem que "com amigos, adquiriu a Casa Bancária Almeida, um banco falido de Marília (SP)" Diz-se que não era nada disso. Os tais amigos (que não de Amador), na verdade cunhados, tinham fundado a Casa Bancária Almeida & Cia. Pesquisando em http://jorgeroriz.wordpress.com/a-historia-do-fundador-do-bradesco/ há uma errata - que, antes da publicação dos 70 anos, dava sinais claros que Amador nunca fora o fundador do Banco. Vejamos: "Ao ser contratado como diretor-gerente da Casa Bancária Almeida, de Marília, Amador Aguiar recebeu 10% das ações e não um terço delas; na ocasião, a instituição já se chamava Bradesco e não estava falida; em 1951, Aguiar assumiu a superintendência e só se tornou presidente do Bradesco em 1969, em substituição a José da Cunha Jr., genro do fundador do banco, José Galdino de Almeida.".

 O mais curioso é que ele conseguiu plantar a imagem de fundador tanto do Bradesco como da Fundação Bradesco, eliminando totalmente a família Almeida da história do Banco. No dia da inauguração, (dizem que foi na véspera, outros, naquela semana), a morte repentina do escolhido para dirigir o novo negócio fez de Amador Aguiar o gestor do negócio, pois há relatos que era um Superintendente (nem mesmo Diretor). Dizem ainda que, além de plenos poderes, foi agraciado com um terço das ações do banco, que, por sinal, naquele momento, nada valiam. Mesmo assim, é curioso alguém doar 1/3 de um banco, por menor que seja, a um funcionário. Talvez 10%, quem sabe, como um jeito de incentivar o crescimento do negócio. Mas, a verdade é que no site do Bradesco e no da Fundação, há uma foto da primeira assembleia de acionistas do Banco em que se vê claramente dezenas de pessoas apinhadas em uma sala. Isso dá fortes indícios que Amador jamais teria, sozinho, 10% das ações sendo ele um mero contratado de uma família empreendedora.

 Dizem que Aguiar, aliando-se a outros acionistas do banco e de alguns diretores muito próximos, aguerridamente, lançava novos lotes de ações aos quais subscrevia instantaneamente, montando assim a maioria de ações, tomando o controle da instituição. História estranha, porém, há esse comentário que não é totalmente ilusório exatamente pelo "sumiço" na história do Bradesco da Família Almeida, de forma pouco explicada. Mas, em 2013, o Bradesco comemorou 70 anos e todos os funcionários receberam uma publicação com a história do Banco, porém, muito mais completa que os relatos no próprio site do Banco e no Museu Histórico do Bradesco. Há a sensação que Lázaro de Mello Brandão, finalmente, tornara então pública a informação que contraria frontalmente a ideia que Amador era o "fundador do Bradesco", no sentido de proprietário ou controlador. Não era mesmo. Na publicação, está claramente disposto que Amador Aguiar foi contratado às vésperas da inauguração do Banco devido à morte de um dos fundadores, no caso, justo o que iria tocar o negócio. Um outro fundador, médico e desconhecedor do negócio bancário, conhecia Amador Aguiar como gerente do Banco Noroeste em Ribeirão Preto, pois o tal médico tinha uma clínica lá e conta corrente no Banco Noroeste. Aguiar veio como superintendente, sequer diretor era. Há também é um mito plantado pelo próprio Aguiar, nos anos 80 em entrevista à Folha de S.Paulo que "O Bradesco era tão insignificante que o próprio Aguiar fazia piada da sigla da instituição nascente. “Banco Brasileiro dos Dez Contos, se há?”, alguém perguntava, e ele respondia às gargalhadas: “Não há!”.". Não se entende o porquê desse tipo de declaração, ja que o Bradesco, sabe-se, já era o maior banco privado do país no final da década de 1950.

Nessa época, o Itaú nem existia como instituição financeira das famílias Vilela e Setubal, para se ter uma ideia. O maior concorrente privado na década de 1950 era o Banco Mercantil de São Paulo, da família Vidigal. A tal história dos "dez contos" é, na verdade, porque o Bradesco cobrava 10 contos de réis para descontar títulos da época (ex.: uma duplicata), um valor abaixo dos demais bancos, que cobravam um percentual. Daí veio o apelido, "O Banco dos Dez Contos". Genial nos negócios, empresário de visão e grande empreendedor, Aguiar não dedicou sua vida profissional apenas ao Bradesco. Teve maior ou menor grau de envolvimento e participação, entre outras, nas seguintes empresas: Cia. Porto Seguro de Seguros Gerais, Casa Ouvidor S.A., Cia. Comercial de Café São Paulo-Paraná e Companhia Antárctica Paulista. Além disso, foi proprietário de diversas fazendas, revivendo nelas suas origens de trabalhador da terra.

MORTE
Morreu em São Paulo.
Fonte: pt.wikipedia.org
Formatação: Helio Rubiales

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