Fotos: Geoff Walden e Mongoose
Descrição tumular: Helio Rubiales
Reinhard Tristan Eugen Heydrich (Halle an der Saale, 7 de Março de 1904 — Praga, 4 de Junho de 1942) foi um dos líderes da Schutzstaffel durante o regime nacional-socialista na Alemanha.
Morreu aos 38 anos de idade.
SINOPSE
Chegou a alcançar o posto de Obergruppenführer dentro da SS, a temida tropa de choque nazi. Reinhard liderou a RSHA e foi por dois anos presidente da Interpol.
Era conhecido pela alcunha Protektor, por ter assumido o cargo de protetor dos territórios da Boêmia e Morávia (nome pelo qual ficou conhecida a ex-Checoslováquia anexada pelos nazis em 1939), em 1941, quando Konstantin von Neurath se revelou incapaz de reprimir as manifestações dos patriotas checos. Os horrores que ali cometeu e o terror que infundiu às pessoas valeram-lhe um cognome: o Carniceiro de Praga.
Hoje, poucos duvidam de sua perícia à frente do Sicherheitsdienst (SD - Serviço de Segurança), vinculada às SS e com o objetivo de investigar, prender e eliminar toda a oposição ao regime nazi, em especial nos países ocupados. O SD, sob Heydrich, perseguiu comunistas, judeus e outros grupos religiosos que recusaram aderir ao nazismo, como os luteranos. Além disso, Heydrich atuou como uma espécie de supervisor da "Solução Final" (Endlösung, em alemão), eufemismo pelo qual os nazis se referiam ao plano de extermínio da comunidade judaica. Nessa altura, ele foi incumbido por Hitler de exercer o seu trabalho in loco na Checoslováquia ocupada, onde se sabia da existência de um movimento de resistência nacional.
BIOGRAFIA
Na juventude, ganhou reputação pela sua habilidade desportiva – era um exímio esgrimista – e musical, ao ponto de seus pais terem sonhado com a possibilidade de ver o jovem Reinhard tornar-se um violinista famoso.
Iniciando a sua carreira militar na Kriegsmarine, a Marinha alemã, Heydrich logo se aproximou de Wilhelm Canaris, futuro chefe do serviço de informação militar alemão, a Abwehr, o qual se tornaria o seu melhor amigo e o ajudaria em diversas promoções e aumentos de salário. Mas, no verão de 1931, a notória devassidão de Heydrich rendeu-lhe sérias dores de cabeça: após um breve relacionamento, engravidou uma jovem, filha de um importante engenheiro naval – estando no entanto já de casamento marcado com outra mulher, Lina Von Osten, futura mãe de seus quatro filhos (o mais novo destes estava por nascer quando Heydrich foi assassinado). O pai da jovem grávida – ao que tudo indica, figura bastante influente nos círculos militares – exigiu reparações e, não tendo outra escolha, Heydrich acabou por ser expulso da Marinha, após um longo processo.
Considerando a Alemanha daqueles tempos uma sociedade totalmente militarizada, onde uniformes e insígnias militares eram a máxima expressão de status, é possível imaginar o quanto a saída da Marinha foi traumática para Heydrich. Sua vida tornou-se uma incógnita, até que iniciou a sua ligação com os SS nazis.
ATIVIDADE DE "PROTEKTOR"
*Uma das primeiras atribuições dadas a Heydrich dentro da SS foi a de estabelecer um modus operandi para o Sicherheitsdienst nazi. Trabalhando às sombras de Heinrich Himmler, o Protektor logo se destacou pela sua obsessão na busca de informações e denúncias, reais e fictícias, ciente de que estas garantiriam a sua ascensão ao poder. Dizia-se que, no seu cofre-forte, ele mantinha documentos que comprometeriam até mesmo Hitler.
*Outra ação tão audaciosa quanto inescrupulosa creditada a Heydrich foi a Operação Skoblin – a falsificação de documentos que denunciaram o envolvimento de generais russos (um dos quais dá nome ao episódio) com a espionagem alemã. Na época, Stalin teria sido induzido a expurgar quase todo o alto comando das forças armadas soviéticas, o que, sem dúvida, enfraqueceria seriamente a resistência militar da URSS face a um futuro e provável ataque alemão.
*SD simulou um ataque a uma estação de rádio alemã em Gleiwitz, próximo da fronteira polaca, por supostos soldados polacos (na verdade, militares alemães vestidos de oficiais polacos comandados pelo major SS Alfred Naujocks). Ao tomarem a rádio, os "polacos" fizeram proclamações belicistas contra a Alemanha e executaram alguns reféns (na verdade, prisioneiros de um campo de concentração), tendo este incidente servido de justificação para a Blitzkrieg contra a Polónia.
*Uma vez na Checoslováquia ocupada pelos nazis, Heydrich passou a exercer o seu poder tirânico através de assassinatos, prisões, torturas e quaisquer métodos similares que fossem necessários para controlar o movimento da resistência Checa, liderado desde Londres pelo ex-presidente do país, Eduard Benes. A política de Peitsche und Zücker (tradução: chicote e açúcar) fez de Heydrich, rapidamente, uma figura tão ou mais odiada pelos checoslovacos do que o próprio Adolf Hitler.
PLANO PARA O ASSASSINATO DO PROTEKTOR
A 27 de maio de 1942, dois militares checos, Jan Kubis e Josef Gabcik, membros do comando Anthropoid, encarregaram-se de protagonizar um atentado contra a vida de Heydrich. Ambos saltaram de pára-quedas meses antes, numa área próxima a Praga, e logo se dedicaram a procurar um local ideal para executar os seus planos. A tentativa de assassinato resultaria em parte graças à arrogância de Heydrich, que insistia em se deslocar pelas ruas de Praga num carro descapotável – contrariando as advertências de seus subordinados, que recomendavam que o Protektor utilizasse carros blindados.
ATENTADO E MORTE
Na manhã de 27 de maio de 1942, Heydrich saiu no seu carro, acompanhado pelo seu motorista, para apanhar um avião até Berlim. Kubis e Gabcik esperavam a postos numa curva entre as ruas Kirchmayer e V Holesóvickach, onde supostamente o carro passaria devagar. Gabcik utilizava uma pistola-metralhadora Sten de fabricação britânica, que deveria disparar contra o Mercedes-Benz do Protektor – mas a arma encravou. Reagindo à falha da arma do companheiro, Kubis lançou uma bomba artesanal, atingindo o carro de Heydrich, e ferindo-o gravemente quando Heydrich saía do carro para acertar contas com Gabcik – os dois receberam intenso treino no quartel de Dovercourt, Reino Unido, antes de executarem a sua missão –. Com o impacto da explosão da granada, Heydrich teve o baço perfurado por estilhaços tendo mais tarde, devido a infecção, ficado com septicemia. Embora fosse socorrido imediatamente, morreu uma semana depois, em 4 de junho de 1942, num hospital (a sua morte foi causada pela falta de penicilina, cuja fórmula os alemães desconheciam naquela época). Quando do seu funeral, em Berlim, estava presente toda a cúpula do Terceiro Reich. Hitler declarou: "Ele foi um dos maiores nazis, um homem com coração de ferro, um dos mais implacáveis inimigos daqueles que se opõem a este Reich". O sucessor de Heydrich no comando do Sicherheitsdienst, Ernst Kaltenbrunner, não mediu esforços em dar continuidade às políticas desse departamento, sendo condenado à morte pela forca no julgamento de Nuremberg, em 1946.
Fonte: pt.wikipedia.org
Formatação: Helio Rubiales
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