Precedido por José de Segadas Viana | Ministro do Trabalho, Indústria e Comércio do Brasil 1953 — 1954 | Sucedido por Hugo de Araújo Faria |
Precedido por Café Filho | Vice-presidente do Brasil 1956 — 1961 | Sucedido por José Maria Alkmin |
Precedido por Café Filho | Presidente do Senado Federal do Brasil 1956 — 1961 | Sucedido por Auro de Moura Andrade |
Precedido por Ranieri Mazzilli | 24º. Presidente do Brasil 1961 — 1964 | Sucedido por Ranieri Mazzilli |
João Goulart | |
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24.º Presidente do Brasil | |
Período | 8 de setembro de 1961 até 2 de abril de 1964 |
Primeiro-ministro | Tancredo Neves (1961–62) Brochado da Rocha (1962) Hermes Lima (1962–63) |
Antecessor(a) | Ranieri Mazzilli |
Sucessor(a) | Ranieri Mazzilli |
14.º Vice-presidente do Brasil | |
Período | 31 de janeiro de 1956 até 25 de agosto de 1961 |
Presidente | Juscelino Kubitschek (1956–61) Jânio Quadros (1961) |
Antecessor(a) | Café Filho |
Sucessor(a) | José Maria Alkmin |
Presidente do Senado Federal | |
Período | 31 de janeiro de 1956 até 25 de agosto de 1961 |
Antecessor(a) | Café Filho |
Sucessor(a) | Auro de Moura Andrade |
Ministro do Trabalho, Indústria e Comércio | |
Período | 18 de junho de 1953 até 23 de fevereiro de 1954 |
Presidente | Getúlio Vargas |
Antecessor(a) | José de Segadas Viana |
Sucessor(a) | Hugo de Araújo Faria |
Deputado federal pelo Rio Grande do Sul | |
Período | 1º de fevereiro de 1951 até 1º de fevereiro de 1955 |
Deputado estadual do Rio Grande do Sul | |
Período | 1º de fevereiro de 1946 até 1º de fevereiro de 1950 |
Dados pessoais | |
Nome completo | João Belchior Marques Goulart |
Nascimento | 1 de março de 1919 São Borja, Rio Grande do Sul |
Morte | 6 de dezembro de 1976 (57 anos) Mercedes, Corrientes |
Nacionalidade | brasileiro |
Progenitores | Mãe: Vicentina Marques Goulart Pai: Vicente Rodrigues Goulart |
Alma mater | Faculdade de Direito da Universidade Federal do Rio Grande do Sul |
Cônjuge | Maria Thereza Fontella (1955–1976) |
Filhos | João Vicente (n. 1956) Denise (n. 1957) |
Partido | PTB |
Profissão | Advogado |
Assinatura |
João Belchior Marques Goulart (São Borja, 1 de março de 1919 — Mercedes, 6 de dezembro de 1976), conhecido popularmente como "Jango", foi um político brasileiro e o 24° presidente de seu país, de 1961 a 1964. Antes disso, também foi vice-presidente, de1956 a 1961, tendo sido eleito com mais votos que o próprio presidente, Juscelino Kubitschek.
Morreu aos 57 anos de idade.
BIOGRAFIA (resumida)
Sua família era de ascendência portuguesa. Goulart era filho de Vicente Goulart,estancieiro do Rio Grande do Sul que tinha grande influencia na região, ajudando em sua entrada na vida política. Formou-se em Direito na Universidade Federal do Rio Grande do Sul em 1939. Foi deposto pelo Golpe Militar de 1964, liderado pelo alto escalão do Exército.
Início da carreira política
João Goulart nasceu em São Borja, no Rio Grande do Sul, em 1 de março de 1919. Era o mais velho de oito irmãos, filho do estancieiro Vicente Rodrigues Goulart e da dona-de-casa Vicentina Marques Goulart. Em 1939, formou-se na Faculdade de Direito de Porto Alegre, mas preferiu não exercer a advocacia e cuidar das fazendas de sua família, em especial após a morte do pai. Aproximou-se de Getúlio Vargas depois que este foi alijado do poder ao fim do Estado Novo, e foi morar na Fazenda de Itu, em São Borja, terra natal de ambos. Há de se observar que Goulart foi amigo de Maneco e Protásio Vargas, respectivamente filho e irmão de Getúlio chegando a receber um convite para ingressar noPartido Social Democrático (PSD), o que só não ocorreu devido a intervenção direta do líder deposto. Pelas mãos de Getúlio, Jango entrou na política, elegendo-se deputado estadual constituinte pelo Partido Trabalhista Brasileiro (PTB) em 1947 e, depois, deputado federal em 1950, licenciando-se do mandato para exercer o cargo de Secretário de Estado de Interior e Justiça no governo de Ernesto Dorneles, primo de Getúlio Vargas.
De 18 de junho de 1953 a 23 de fevereiro de 1954, foi ministro do Trabalho, Indústria e Comércio do segundo governo de Getúlio Vargas(1951 - 1954), sendo forçado a renunciar após conceder um aumento do 100% no salário mínimo, o que causou forte reação entre empresários e imprensa. Presidente nacional do PTB, tornou-se o principal nome trabalhista do país após o suicídio de Getúlio.
Vice-presidente
Em 1955 foi eleito vice-presidente do Brasil, na chapa PTB/PSD. Na ocasião, obteve mais votos que o presidente eleito, Juscelino Kubitschek. Naquela época, as votações para presidente e vice eram separadas. No ano seguinte, casou-se com a jovem Maria Teresa Goulart, com quem veio a ter dois filhos: Denize e João Vicente.
Na eleição de 1960, foi novamente eleito vice-presidente, concorrendo pela chapa de oposição ao candidato Jânio Quadros, do Partido Democrata Cristão (PDC) e apoiado pela União Democrática Nacional (UDN), que venceu o pleito.
Em 25 de agosto de 1961, enquanto João Goulart realizava uma missão diplomática naRepública Popular da China, Jânio Quadros renunciou ao cargo de presidente. Os ministros militares Odílio Denys (Guerra), Gabriel Grün Moss (Aeronáutica) e Sílvio Heck(Marinha) tentaram impedir a posse de Jango, e o presidente da Câmara dos Deputados,Ranieri Mazzilli, foi empossado presidente.
PRESIDENTE DA REPÚBLICA
A renúncia de Jânio criou uma grave situação de instabilidade política. Jango estava na China e a Constituição era clara: o vice-presidente deveria assumir o governo. Porém, os ministros militares se opuseram à sua posse, pois viam nele uma ameaça ao país, por seus vínculos com políticos do Partido Comunista Brasileiro (PCB) e do Partido Socialista Brasileiro (PSB). Apesar disso, não havia unanimidade nas altas esferas militares sobre o veto a Jango.
Liderada por Leonel Brizola, cunhado de Jango e governador do Rio Grande do Sul, teve início o que ficou conhecido como campanha da legalidade. Brizola e o general Machado Lopes, comandante do III Exército, baseado no Rio Grande do Sul, mobilizaram o estado em defesa da posse de Jango. Usando uma cadeia de mais de cem emissoras de rádio, o governador gaúcho conclamava à população a sair às ruas e defender a legalidade. A campanha da legalidade logo recebeu o apoio dos governadores Mauro Borges, de Goiás, e Nei Braga, do Paraná.
No Congresso Nacional, os parlamentares também se opuseram ao impedimento da posse de Jango. Na volta da China, Goulart aguardou em Montevidéu, capital do Uruguai, a solução da crise político-militar desencadeada após da renúncia de Jânio. Como os militares não retrocediam, o Congresso fez uma proposta conciliatória: a adoção do parlamentarismo. O presidente tomaria posse, preservando a ordem constitucional, mas parte de seu poder seria deslocada para um primeiro-ministro, que chefiaria o governo.
No dia 2 de setembro de 1961, o sistema parlamentarista foi aprovado pelo Congresso Nacional. No dia 7, Jango assumiu a presidência. Tancredo Neves, do PSD de Minas Gerais, ministro do governo Vargas, tornou-se primeiro-ministro.
Neves demitiu-se do cargo em junho de 1962 para concorrer às eleições de outubro do mesmo ano, que iriam renovar o Congresso e eleger os governadores. Goulart articulou a retomada do regime presidencialista. Após a saída de Tancredo, tornou-se primeiro-ministro o gaúcho Brochado da Rocha, também do PSD. Neste período foi convocado um plebiscito sobre a manutenção do parlamentarismo ou o retorno ao presidencialismo para janeiro de 1963. O parlamentarismo foi amplamente rejeitado, graças, em parte, às propagandas feitas por Jango.
GOLPE MILITAR DE 1964
Os congressistas não aprovaram a medida, o que impediu que o Plano Trienal obtivesse sucesso. Desgastado com a crise econômica e com a oposição de militares, o presidente procurou fortalecer-se, participando de manifestações e comícios que defendiam suas propostas. O comício mais importante ocorreu no dia 13 de março de1964, em frente ao Edifício Central do Brasil, sede da Estrada de Ferro Central do Brasil. O Comício da Central, como ficou conhecido, reuniu cerca de 150 mil pessoas, incluindosindicatos, associações de servidores públicos e estudantes. Os discursos pregavam o fim da política conciliadora do presidente com apoio de setores conservadores que, naquele momento, bloqueavam as reformas no Congresso
O presidente, em seu discurso, anunciou uma série de medidas, que estavam no embrião das reformas de base. Defendeu a reforma da Constituição para ampliar o direito de voto a analfabetos e militares de baixa patente e criticou seus opositores que, segundo ele, sob a máscara de democratas, estariam a serviço de grandes companhias internacionais e contra o povo e as reformas de base.
Goulart anunciou que tinha assinado um decreto encampando as refinarias de petróleoprivadas e outro desapropriando terras às margens de ferrovias e rodovias federais. A oposição acusava o presidente de desrespeito á ordem constitucional, pois o Congressonão havia aprovado a proposta do governo de alteração na forma de pagamento das indenizações aos proprietários. Carlos Lacerda, então governador da Guanabara, disse que o presidente era um "subversivo".
Em 19 de março, em São Paulo, foi organizada a Marcha da Família com Deus pela Liberdade, cujo objetivo era mobilizar a opinião pública contra o governo de Jango e a política que, segundo eles, culminaria com a implantação de um regime totalitário comunista no Brasil.
Após a revolta dos marinheiros e do discurso no Automóvel Clube do Brasil - que representou uma quebra da hierarquia militar -, em 31 de março de 1964 o general Olímpio Mourão Filho iniciou a movimentação de tropas de Juiz de Fora (MG) em direção ao Rio de Janeiro. Este foi o início da "Revolução Redentora", maneira como ficou conhecido o golpe de estado que derrubou o governo de João Goulart entre os militares.
No dia 1º de abril de 1964, Jango retornou a Brasília e, de lá, para o Rio Grande do Sul. Brizola sugeriu um novo movimento de resistência, mas Goulart não acatou para evitar "derramamento de sangue" (uma guerra civil). Jango exilou-se no Uruguai e mais tarde na Argentina, onde veio a falecer em 1976. No dia 2 de abril, o Congresso Nacional declarou a vacância de João Goulart no cargo de presidente, entregando o cargo de chefe da nação novamente ao presidente da Câmara dos Deputados Ranieri Mazzilli.
No dia 10 de abril, João Goulart teve seus direitos políticos cassados por 10 anos, após a publicação do Ato Institucional Número Um (AI-1).
MORTE
João Goulart morreu, oficialmente, vítima de um ataque cardíaco, no município argentino de Mercedes, Corrientes em 6 de dezembro de 1976.
Existem, contudo, suspeitas por parte de familiares, colegas de política e outras personalidades de que João Goulart tenha sido assassinado por agentes da Operação Condor. Não foi realizada autópsia alguma em seu corpo antes de seu sepultamento. Supõe-se que tenha sido envenenado.
No dia 27 de janeiro de 2008, o jornal Folha de S. Paulo, publicou uma matéria com o depoimento do ex-agente do serviço de inteligência uruguaio Mario Neira Barreiro, que declarou que João Goulart foi envenenado por ordem de Sérgio Fleury, delegado doDepartamento de Ordem Política e Social (DOPS). A autorização teria vindo do presidente da época, Ernesto Geisel (1908-1996).
EXUMAÇÃO DO CORPO PARA EXAMES
Em maio de 2013, a Comissão Nacional da Verdade decidiu pela exumação o corpo de Jango para realizar exames com o intuito de verificar a verdade sobre a morte do ex-presidente. A exumação foi marcada para o dia 13 de novembro de 2013. Para conduzi-la, a ministra Maria do Rosário, da Secretaria de Direitos Humanos (SDH) da Presidência da República, formou um Grupo de Trabalho, cujos integrantes foram nomeados em portaria publicada pelo Diário Oficial da União no dia 7 de novembro de 2013. A equipe contou com a participação de membros da Comissão Nacional da Verdade e de peritos da Polícia Federal, que foram responsáveis pelas análises técnicas, além de representantes da própria SDH. Especialistas forenses da Argentina, do Uruguai e de Cuba, países com mais experiência no tema, completaram a força-tarefa. A portaria publicada pela SDH no Diário Oficial da União garantiu à família do ex-presidente João Goulart participação e acompanhamento em todas as ações do Grupo de Trabalho. O trabalho de exumação do corpo de Jango durou cerca de 18 horas e resultou inconclusivo quanto à causa de sua morte, pois a substância que haveria causado o possível envenenamento do ex-presidente poderia já haver se deteriorado. A urna com os restos mortais do ex-presidente foi coberta com a bandeira do Brasil e de São Borja quando deixou o cemitério Jardim da Paz, antes de ser levada para Brasília.
Fonte: pt.wikipedia.org
Formatação e pesquisa : Helio Rubiales
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