Cônsul da República Romana | ||
Precedido por: 'Lúcio Afrânio | Júlio César I 59 a.C. | Sucedido por: 'Lúcio Calpúrnio Pisão Cesonino com Aulo Gabínio |
Precedido por: 'Lúcio Cornélio Lêntulo Crus | Júlio César II 48 a.C. | Sucedido por: 'Quinto Fúfio Caleno com Públio Vatínio |
Precedido por: 'Quinto Fúfio Caleno com Públio Vatínio | Júlio César III 46 a.C. | Sucedido por: 'Júlio César IV com Vacante |
Precedido por: 'Júlio César III | Júlio César IV 45 a.C. com Vacante | Sucedido por: 'Quinto Fábio Máximo (suf.) com Caio Trebônio (suf.) |
Precedido por: 'Caio Canínio Rébilo (suf.) com Caio Trebônio (suf.) | Júlio César V 44 a.C. com Marco Antônio | Sucedido por: 'Aulo Írcio com Caio Víbio Pansa |
Sinopse: Continua a César
GPS (/ lon lat):41.89211, 12.48598
Fotos: Mike Reed, Frantizek Zboray, Kieram Smith, dead-tek.com, Find a Grave
Descrição Tumular: Helio Rubiales, Helio Rubiales
Caio Júlio César (em latim: Caius ou Gaius Iulius Caesar ou IMP•C•IVLIVS•CÆSAR•DIVVS (pronuncia-se Iúlius o seu sobrenome); 13 de Julho, 100 a.C. – 15 de março de 44 a.C.), foi um patrício, líder militar e político romano. Desempenhou um papel crítico na transformação da República Romana no Império Romano.
Morreu aos 55 anos de idade.
As suas conquistas na Gália estenderam o domínio romano até o oceano Atlântico: um feito de consequências dramáticas na história da Europa. No fim da vida, lutou numa guerra civil com a facção conservadora do senado romano, cujo líder era Pompeu. Depois da derrota dos optimates, tornou-se ditador (no conceito romano do termo) vitalício e iniciou uma série de reformas administrativas e econômicas em Roma.
O seu assassinato nos idos de Março de 44 a.C. por um grupo de senadores travou o seu trabalho e abriu caminho a uma instabilidade política que viria a culminar no fim da República e início do Império Romano. Os feitos militares de César são conhecidos através do seu próprio punho e de relatos de autores como Suetónio e Plutarco.
BIOGRAFIA
César, nasceu em Roma no seio de uma antiga família de patrícios chamada Iulius (pronuncia-se Julius), traduzindo para o português: Júlio, de acordo com a convenção romana de nomes. A sua ascendência, de acordo com a lenda, chegava a Iulus, filho do príncipe troiano Enéas e neto da deusa Vénus. No auge do seu poder, César iniciou a construção de um templo a Venus Genetrix em Roma, em reconhecimento da sua "divina" antepassada. O seu pai era o homónimo Caio Júlio César e a sua mãe Aurélia, pertencia a também família patrícia: Cottae, traduzindo para o português seria: Cottas. Enquanto jovem, Caio Júlio viveu no Subura, bairro de classe média de Roma.
O cognome "César" se originou, de acordo com Plínio, o Velho, com um antepassado que nasceu por cesariana (do verbo latino para cortar, caedere,caes-). A História Augusta sugere três explicações alternativas: que o primeiro César tinha uma cabeça cheia de cabelos (do latim caesaries); que ele tinha brilhantes olhos cinzentos (do latim oculis caesiis), ou que ele matou um elefante (caesai em mouro) na batalha. César emitiu moedas com imagens de elefantes, sugerindo que ele favoreceu esta interpretação do seu nome.
Os Iuliae (Juliae), em português: Júlios, embora aristocratas, não eram ricos para os padrões da aristocracia romana da época e por este motivo, nem o seu pai nem o seu avô atingiram cargos proeminentes na república. A sua tia paterna Júlia casou com o talentoso general e reformador Caio Mário, líder da facção populista do senado, os populares, por oposição aos optimates (conservadores). Para o fim da vida de Mário, as disputas internas entre as duas facções haviam chegado ao ponto de ruptura. Em 86 a.C. iniciou-se uma guerra civil interna, cujo resultado a longo prazo foi a ditadura (conceito romano do termo) de Lúcio Cornélio Sula.
César estava ligado ao lado derrotado de Mário por laços familiares: não só era seu sobrinho, como era também casado com Cornélia Cinnila, filha de Lúcio Cornélio Cina, aliado de Mário e inimigo de Sula. A sua situação não era portanto das melhores. Sila ordenou o seu divórcio de Cornélia, mas César recusou abandonar a jovem mulher e fugiu de Roma para evitar as perseguições. O ditador ficou desagradado com o desafio mostrado pelo jovem de vinte anos mas poupou a vida de César, divertido pelo caráter do rapaz, dizendo "Há muitos Mários neste César" (conforme Suetônio). Mas apesar do perdão de Sila, César decidiu não ficar em Roma, partindo para a Ásia para realizar o seu serviço militar. Durante a campanha ao serviço de Lúcio Licínio Lúculo na Cilícia, César distinguiu-se pela sua bravura em combate e capacidades de liderança.
Depois da morte de Sila em 78 a.C., César regressou a cidade de Roma, iniciou a carreira como advogado no fórum romano e tornou-se conhecido pela sua brilhante oratória. As suas principais vítimas foram os políticos corruptos e culpados de extorsão. Com o perfeccionismo que sempre o caracterizou, César não estava contente consigo e viajou para Rodes para estudar filosofia e retórica com o gramático Apolônio Molo. Mas durante a sua viagem, o seu barco foi abordado por piratas que o raptaram. Quando exigiram um resgate de vinte talentos de ouro, César desafiou-os a pedir cinquenta, uma fortuna mesmo em moeda atual. Trinta e oito dias depois, o resgate chegou e César foi libertado depois de um cativeiro confortável onde fez amizade com alguns dos captores. De regresso à liberdade, organizou uma força naval, capturou o refúgio dos piratas e ordenou a sua crucificação.
Em 69 a.C., Cornélia morreu ao dar à luz um natimorto. Pouco depois César perdeu a tia Júlia, viúva de Mário, de quem era muito próximo. Ao contrário do que era costume, César insistiu em organizar funerais públicos para ambas, com direito a eulogias proferidas da rostra. O funeral de Júlia foi repleto de conotações políticas, visto que César fez incluir a máscara funerária de Caio Mário na procissão, a primeira contestação pública das leis de proscrição de Sila da década anterior. E apesar de ser público o afeto de César pelas duas mulheres (cf. Suetônio), houve quem interpretasse a atitude como propaganda para as eleições que se avizinhavam para o cargo de questor.
CURSUS HONORUM
César foi eleito questor pela Assembleia do Povo em 69 a.C., com trinta anos de idade, como estipulava o cursus honorum romano. No sorteio subsequente, calhou-lhe um cargo na província romana da Hispania Ulterior, situada mais ou menos nos modernos Portugal e sul da Espanha.
No regresso a Roma, César prosseguiu a carreira como advogado até ser eleito edil em 65 a.C., o primeiro cargo docursus honorum a deter imperium. As funções de um edil podem ser equiparadas às de um moderno presidente da câmara municipal e incluíam a regulação das construções, do trânsito, do comércio e outros aspectos da vida diária. Mas o cargo poderia ser um presente envenenado, pois incluía a organização dos jogos no Circo Máximo, o que, dado o limitado orçamento público, exigia a aplicação dos fundos privados do edil. Isto era especialmente verdade no caso de César, que pretendia realizar jogos memoráveis para impulsionar a carreira política. E de fato aplicou todo o seu engenho para o conseguir, chegando até a desviar o curso do Tibre para uma representação no circo, mas acabou o ano com dívidas na ordem das várias centenas de talentos de ouro (o equivalente a vários milhões de euros atuais).
No entanto, o sucesso como edil foi uma ajuda importante na sua eleição para pontifex maximus em 63 a.C., depois da morte de Quinto Cecílio Metelo Pio. O cargo significava uma nova casa no Fórum, a Domus Publica ("Casa Pública"), a responsabilidade por toda a vida religiosa de Roma e a custódia das virgens vestais. Para a vida pessoal de César, também significava o alívio do fim das dívidas. A sua estreia como pontifex maximus ("pontífice máximo") foi marcada por um escândalo. Depois da morte de Cornélia, César casara com Pompeia, uma das netas de Sulla. Como mulher do pontifex maximus e uma das mais importantes matronas de Roma, Pompeia era responsável pela organização dos ritos da Bona Dea ("Boa Deusa") em Dezembro, exclusivos às mulheres e considerados sagrados. Mas durante as celebrações, Públio Clódio Pulquer conseguiu entrar na casa disfarçado de mulher. Em resposta a este sacrilégio, do qual não foi provavelmente culpada, Pompeia recebeu uma ordem de divórcio. César admitiu publicamente que não a considerava responsável, mas justificou a sua ação com a célebre máxima: À mulher de César não basta ser honesta, deve parecer honesta.
Em 63 a.C., César foi eleito pretor e Marco Túlio Cicero cônsul sénior na Assembleia das Centúrias. Foi um ano particularmente difícil não só para César, mas também para a República Romana. Durante o seu consulado, Cícero revelou uma conspiração para destronar os magistrados eleitos liderada por Lúcio Sérgio Catilina, um aristocrata patrício frustrado pela sua falta de sucesso político. O resultado foi a execução sem julgamento de cinco proeminentes romanos aliados de Catilina. Isto era um anátema para a sociedade romana, que raramente executava os seus cidadãos e quando o fazia era apenas depois de complicados procedimentos judiciais. César opôs-se a esta medida com toda a sua oratória, mas acabou suplantado pela insistência de Marco Pórcio Catão, o Jovem e os cinco homens acabaram executados no próprio dia. Foi também nesta dramática reunião do senado que o caso amoroso de César com Servília Cipião foi trazido a público. Os opositores políticos de César acusaram-no na altura de fazer parte da conspiração de Catilina, o que nunca foi provado nem prejudicou grandemente a sua carreira. Depois do seu complicado ano como pretor, César foi nomeado governador da Hispânia Ulterior.
Guerra civil
Em 50 a.C., o senado liderado por Catão ordenou o regresso de César e a desmobilização de todas as suas legiões, ao mesmo tempo que o proibia de se candidatar ao segundo cargo de cônsul in absentia. César sabia que, sem o seu imperium de procônsul e o poder das suas legiões seria processado e eliminado da vida política assim que regressasse a Roma. Por este motivo, César recusou obedecer e atravessou o rio Rubicão, no norte da península Itálica, a 10 de Janeiro de 49 a.C., dizendo, segundo a lenda, "alea jacta est" ("a sorte está lançada"). Era o primeiro ato da guerra civil que haveria de pôr fim ao normal funcionamento das instituições políticas da República. Os Optimates, incluindo Cipião Metelo e Catão, o Jovem, após muitos esforços para convencer Pompeu a ajudá-los em sua investida contra César, fugiram para Sul, sem saberem que César era acompanhado apenas pela sua décima legião.
César perseguiu Pompeu até ao porto de Brundisium (atual Brindisi) no Sul da península, na esperança de poder reactar a sua aliança, mas este fugiu para a Grécia com os seus apoiantes. Então, César dirigiu-se para a Hispânia numa marcha forçada de apenas 27 dias, para derrotar os tenentes de Pompeu nessa poderosa província. Só quando considerou a retaguarda segura, e depois de organizar as instituições políticas em Roma, que caíra na anarquia, é que César se dirigiu para a Grécia. A 10 de Julho de 48 a.C., Pompeu foi derrotado na batalha de Dyrrhachium mas por uma escassa margem, conseguindo fugir para lutar outro dia com quase todo o seu exército.
Após esse acontecimento, ocorreu uma violenta batalha, onde César foi derrotado e fugiu para uma região distante. Cada vez mais longe de água e provisões, César se viu encurralado por Pompeu, que por saber que basta aguardar as provisões de César acabarem para os seus soldados desertarem, não atacou. Mas Catão teve uma série de desentendimentos com Pompeu por causa dos altos custos dessa guerra, se viu obrigado a iniciar um ataque contra César. O encontro final deu-se pouco tempo depois, a 9 de Agosto, na batalha de Farsalo. César conquistou uma vitória estrondosa, a partir de uma arriscada manobra que consistia em enfraquecer as legiões dianteiras para dar auxílio à cavalaria contra as cavalarias de Pompeu. Mas mais uma vez os inimigos políticos conseguiriam fugir: Pompeu para o Egipto, Cipião Metelo e Catão para o Norte de África. De regresso a Roma, foi nomeado ditador (um conceito diferente do atual), com Marco António como Magister equestris, e foi eleito cônsul pela segunda vez.
Em 47 a.C., César dirigiu-se ao Egito em busca de Pompeu, apenas para descobrir que o velho aliado e inimigo havia sido assassinado no ano anterior. Ao saber da sua sorte, César ficou destroçado pela perda e por ter perdido a oportunidade de oferecer-lhe o seu perdão. Talvez devido a isto, César decidiu intervir na política egípcia e substituiu o rei Ptolomeu XIII pela sua irmã Cleópatra, que já tinha a dignidade de faraó. Durante a sua estada, César envolveu-se com a rainha do Egipto e da relação nasceu o seu único filho, o futuro Ptolomeu XV do Egipto (Cesarion). Foi ainda durante este período que César sofreu o seu primeiro ataque de epilepsia.
Depois das campanhas do Egito, César rumou ao Médio Oriente, onde derrotou o rei Farnaces do Ponto, no Bósforo, na batalha de Zela. Sua vitória foi tão arrasadora que ele comemorou com a célebre frase Veni, vidi, vici ("Vim, vi, venci"). Depois, foi para o Norte de África para atacar os líderes da facção conservadora aí entrincheirados. Na batalha de Tapso, em 46 a.C., César somou mais uma vitória e viu desaparecerem dois dos seus piores inimigos, Cipião Metelo e Catão, o Jovem. Mas os filhos de Pompeu, Gneu e Sexto Pompeu, bem como o seu antigo comandante de cavalaria Tito Labieno, conseguiram fugir para a Hispânia. César não hesitou em persegui-los e em Março de 45 a.C. derrotou o último foco de oposição na batalha de Munda.
Com todo o mundo romano sob o seu controle, César regressou a Roma onde foi cognominado Pater Patriae, pai da pátria. Então começou uma série de reformas administrativas que incluíram a mudança para o calendário juliano. O mês Quintilis foi rebatizado como Julius em sua honra e continua, nos dias de hoje, a ser conhecido como Julho. Em Fevereiro, Marco António ofereceu um diadema, símbolo de um rei, a César, que o rejeitou com veemência. No entanto, o episódio valeu-lhe a desconfiança dos seus pares que começaram a recear a sua ambição.
DESCENDÊNCIA E CASAMENTOS
Primeiro casamento com Cornélia Cinnila
Julia Caesaris, casada com Pompeu
nato-morto
Segundo casamento com Pompeia Sula
Terceiro casamento com Calpúrnia Pisônia
Relação com Cleópatra VII do Egito
Ptolomeu César (Caesarion), faraó do Egipto
Os assassinos esperaram que César se aproximasse de sua cadeira e o rodearam, supostamente para apoiar uma petição feita por Tílio Cimbro, que queria trazer seu irmão de volta do exílio. César pediu que ele esperasse um pouco e Cimbro puxou a barra da toga do ditador - o sinal para o ataque. César teria dito "Ora, isso é uma violência", enquanto outro senador, Casca, dava o primeiro golpe de adaga. César reagiu pela primeira e única vez, gritando "Casca, seu canalha, o que está fazendo?" e acertando o atacante com um pedaço de metal pontudo, usado para escrever. A essa altura os golpes se multiplicavam. De acordo com o historiador romano Suetônio, "quando, porém, percebeu que de todos os lados lhe vinham em cima com punhais em riste, envolveu a cabeça com a toga e com a mão esquerda puxou a extremidade dela até os pés para tombar decorosamente. Entre eles contavam-se os seus antigos protegidos Marco Júnio Bruto e Caio Longino Cássio. César caiu aos pés de uma estátua de Pompeu e as suas últimas palavras são descritas em várias versões:
“
Kai su, teknon?
— (em grego, "tu também, meu filho?")
“
Tu quoque, Brute, filii mei!
— (em latim, "Tu também, Bruto, meu filho!")
“
Et tu, Brute?
— (em latim, "Até tu, Bruto?", versão imortalizada na peça deShakespeare)
A lenda reporta um aviso feito por Calpurnia Pisonis, a mulher de César, depois de ter sonhado com um presságio terrível, mas César ignorou-a dizendo Só se deve temer o próprio medo.
Depois da morte de César, rebentou uma luta pelo poder entre o seu sobrinho-neto Caio Otávio (posteriormente conhecido como Augusto), adotado no testamento, e Marco António, que haveria de resultar na queda da República e na fundação do Império romano.
Fonte: pt.wikipedia.org
Formatação e Pesquisa: Helio Rubiales,
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