Precedida por: Beatriz de Castela | Rainha de Portugal (proclamada postumamente em 1360) | Sucedida por: Leonor Teles de Meneses |
TÚMULOS PROFANADOS
Fotos: Wikimédia,
Ferreira, Augusta Pablo Trindade.
Descrição tumular: Helio Rubiales
PERSONAGEM
Inês de Castro (Galiza, 1320 ou 1325 - Coimbra, 7 de Janeiro de 1355), uma nobregalega, foi amada pelo futuro rei Pedro I de Portugal, de quem teve quatro filhos. Foi executada às ordens do pai deste, Afonso IV.
Morreu aos 30 anos de idade
Inês de Castro | |
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Rainha de Portugal (póstumo) | |
Estátua jacente do túmulo de D. Inês de Castro no mosteiro de Alcobaça (c. 1360). | |
Cônjuge | Pedro I de Portugal |
Descendência | Afonso Beatriz, condessa de Alburquerque João, duque de Valência de Campos Dinis, senhor de Cifuentes |
Casa | Castro (por nascimento) Borgonha (por casamento) |
Nome completo | Inês Pires de Castro |
Nascimento | 1320 ou 1325 |
Galiza | |
Morte | 7 de janeiro de 1355 |
Santa Clara, Coimbra | |
Enterro | Mosteiro de Alcobaça |
Pai | Pedro Fernandes de Castro |
Mãe | Aldonça Lourenço de Valadares |
Inês de Castro era filha natural de Pedro Fernandes de Castro, mordomo-mor do rei Afonso XI de Castela, e de uma dama portuguesa, Aldonça Lourenço de Valadares. O seu pai, neto por via ilegítima de Sancho IV de Castela, era um dos fidalgos mais poderosos do reino de Castela.
Em 1339 teve lugar o casamento do príncipe Pedro, herdeiro do trono português com Constança Manuel, filha de João Manuel de Castela, príncipe de Vilhena e Escalona, duque de Peñafiel, tutor de Afonso XI de Castela, e neto do rei Fernando III de Castela.
ROMANCE COM D.PEDRO
Mas seria uma das aias de Constança, D. Inês de Castro, por quem D. Pedro viria a apaixonar-se. Este romance começou a ser comentado e mal aceite na corte e pelo próprio povo.
Sob o pretexto da moralidade, rei D. Afonso IV não aprovava esta relação, não só por motivos de diplomacia com João Manuel de Castela, mas também devido à amizade íntima de D. Pedro com os irmãos de D. Inês - Fernando de Castro e Álvaro Pirez de Castro. Sentindo-se ameaçados pelos irmãos Castro, os fidalgos da corte portuguesa pressionavam o rei D. Afonso IV para afastar esta influência do seu herdeiro. Assim, em 1344 o rei mandou exilar Inês no castelo de Alburquerque, na fronteira castelhana. No entanto, a distância não teria apagado o amor entre Pedro e Inês que, segundo a lenda, continuavam a corresponder-se com frequência.
Em Outubro do ano seguinte, Constança morreu ao dar à luz o futuro rei Fernando I de Portugal. Viúvo, Pedro mandou Inês regressar do exílio e os dois foram viver juntos em sua casa, o que provocou grande escândalo na corte, para enorme desgosto de El-Rei seu pai. Começou então uma desavença entre o rei e o infante.
D. Afonso IV tentou remediar a situação casando novamente o seu filho com uma dama de sangue real. Mas Pedro rejeitou este projeto, alegando que sentia ainda muito a perda de sua mulher Constança e que não conseguia ainda pensar num novo casamento. No entanto, fruto dos seus amores, Inês foi tendo filhos de D. Pedro: Afonso em 1346 (que morreu pouco depois de nascer), João em 1349, Dinis em 1354 e Beatriz em 1347. O nascimento destes veio agudizar a situação: Durante o reinado de D. Dinis, D. Afonso IV sentira-se em risco de ser preterido na sucessão ao trono devido aos filhos bastardos do seu pai. Agora circulavam boatos de que os Castros conspiravam para assassinar o infante D. Fernando, herdeiro de D. Pedro, para o trono português passar para os filhos de Inês de Castro.
Entretanto, o reino de Castela encontrava-se em grave agitação com a morte de Afonso XI e a impopularidade do reinado de D. Pedro I de Castela, cognominado o Cruel. Os irmãos de Inês sugeriram a Pedro que juntasse os reinos de Leão e Castela a Portugal, uma vez que o príncipe português era, por sua mãe, neto de D. Sancho IV de Castela. Em 1354 convenceram-no a pôr-se à frente da conjuração, na qual Pedro se proclamou pretendente às coroas castelhana e leonesa. Foi novamente a intervenção enérgica de Afonso IV de Portugal que evitou que tal sucedesse. O rei mantinha uma linha de neutralidade, abstendo-se de intervir na política de outras nações, o que lhe permitia paz e respeito com os reinos vizinhos.
ASSASSINATO DE D. INÊS
Pedro e Inês tinham regressado a Coimbra e se instalado no Paço de Santa Clara. Mandado construir pela avó de Pedro, a Rainha Santa Isabel, foi neste paço que esta rainha vivera os últimos anos, deixando expresso o desejo que se tornasse na habitação exclusiva de reis e príncipes seus descendentes, com as suas esposas legítimas.
Haviam boatos de que o príncipe tinha se casado secretamente com Inês. Na família real, um incidente deste tipo assumia graves implicações políticas. O rei D. Afonso IV decidiu que a melhor solução seria matar a dama galega. Na tentativa de saber a verdade, o rei ordenou dois conselheiros seus dizerem a Pedro que ele podia se casar livremente com Inês se assim o pretendesse. D. Pedro percebeu que se tratava de uma cilada e respondeu que não pensava casar-se com Inês.
A 7 de Janeiro de 1355, o rei cedeu às pressões dos seus conselheiros e do povo e, aproveitando a ausência de Pedro numa excursão de caça, enviou Pêro Coelho, Álvaro Gonçalves e Diogo Lopes Pacheco para matarem Inês de Castro em Santa Clara. Segundo a lenda, as lágrimas derramadas no rio Mondego pela morte de Inês teriam criado a Fonte dos Amores da Quinta das Lágrimas, e algumas algas avermelhadas que ali crescem seriam o seu sangue derramado.
A morte de Inês provocou a revolta de D. Pedro contra D. Afonso IV. Após meses de conflito, a rainha D. Beatriz conseguiu intervir para selar uma paz em Agosto de 1355.
RAINHA PÓSTUMA
Pedro tornou-se no oitavo rei de Portugal em 1357. Em Junho de 1360 fez a declaração de Cantanhede, legitimando os filhos ao afirmar que se tinha casado secretamente com Inês, em 1354, «em dia que não se lembrava». As palavras do rei e do seu capelão foram as únicas provas desse casamento.
De seguida perseguiu os assassinos de Inês, que tinham fugido para o reino de Castela, Pêro Coelho e Álvaro Gonçalves foram apanhados e executados (segundo a lenda, o rei mandou arrancar o coração de um pelo peito e o do outro pelas costas, assistindo à execução enquanto se banqueteava). Diogo Lopes Pacheco conseguiu escapar para a França e posteriormente seria perdoado pelo rei no seu leito de morte.
A tétrica cerimónia da coroação e do beija mão à rainha morta, que D. Pedro teria imposto à sua corte e tornar-se-ia numa das imagens mais vívidas no imaginário popular, terá provavelmente sido inserida nas narrativas do final do século XVI, depois da popularização do episódio d'Os Lusíadas. D. Pedro mandou construir os dois esplêndidos túmulos de D. Pedro I e de Inês de Castro no mosteiro de Alcobaça, para onde transladou o corpo da sua amada Inês. Juntar-se-ia a ela em 1367 e os restos de ambos jazem juntos até hoje, frente a frente, para que, segundo a lenda «possam olhar-se nos olhos quando despertarem no dia do juízo final».
DESCENDÊNCIA
Da relação de D. Inês com o infante D. Pedro de Portugal nasceram:
Afonso de Portugal (morto em criança), Beatriz, princesa de Portugal e condessa de Alburquerque (1347-1381), João, príncipe de Portugal e duque de Valência de Campos (1349-1387) e Dinis, infante de Portugal e senhor de Cifuentes (1354-1397)
Fonte:
Wikipédia
Ferreira, Augusta Pablo Trindade, Mosteiro de S.Maria de Alcobaça, Elo-Publicidade, Artes Gráficas Ltda. IPPAR, 1993,P.1 A 17 (texto e fotos)
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