“MEMENTO, HOMO, QUIíA PULVIS ES ET IN PULVEREM REVERTERIS. ”

''REVERTERE AD LOCVM TVVM'

'Retornarás de onde vieste'


ARTE TUMULAR

Existe um tipo de arte que poucas pessoas conhecem, a chamada arte tumular. Deixando-se de lado o preconceito e a superstição, encontraremos nos cemitérios, trabalhos esculpidos em granito, mármore e bronze de personalidades que marcaram época. É um verdadeiro acervo escultórico e arquitetônico a céu aberto, guardando os restos mortais de muitas personalidades imortais de nossa história, onde a morte se torna um grande espetáculo da vida neste lugar de maravilhosas obras de arte e de grande valor histórico e cultural. Através da representação, a simbologia de saudades, amor, tristeza, nobreza, respeito, inocência, sofrimento, dor, reflexão, arrependimento, dá sentido às vidas passadas. No cemitério, a arte tumular é uma forma de cultura preservada no silencio e que não deverá ser temida, mas sim contempladas.



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4 de fev. de 2012

JUANA I LA LOCA - Arte Tumular - 713 - Granada Cathedral, Granada, Andalucia, Spain





Precedida por:
Isabel I e Fernando V
Blason Castille Léon.png
Rainha da Coroa de Castela

15041555
com Filipe I (1504-1506)
Regêcia de Fernando V (1508-1516)
Regêcia de Carlos I (1516-1555)
Sucedida por:
Carlos I
Precedida por:
Infante Miguel da Paz
Princesa das Astúrias
15021504
Sucedida por:
Carlos I

Túmulos em mármore visto de cima

Interior da Catedral

Vista de frente da cripta

Caixão de Juana la Loca (seta), na cripta da Capela Real, ao lado Catedral de Granada. Ao longo da cripta é um monumento funerário suntuoso, com as estátuas jacent de Juana la Loca mais seu marido Philip I.

ARTE TUMULAR

Na capela, da Catedral de Granada, entre o altar e os mausoléus uma grande grade de ferro ladeia e separa os túmulos. Uma grande base tumular em mármore de formato quadrado em dois níveis ricamente decorado em relevo, com anjos alados, alegorias religiosas e brasões heráldicos ladeados por guirlandas, sustentam as esculturas em mármore deitadas, uma ao lado da outra, de Joana I e Filipe I. Apresentam-se com as vestes reais, coroas, espada e cetro. Esse monumento é um cenotáfio, isto é, um monumento funerário eregido à memória dos reis, mas não encerra o seus corpos. Os restos mortais estão sepultados numa cripta simples, logo abaixo dos túmulos, em  caixões de chumbo, cada um marcado com duas iniciais encimados por uma coroa. Um crucifixo na parede com o teto curvo, dá certa religiosidade na cripta. A entrada é feita por uma porta no piso entre os túmulos, cujo acesso se faz por uma escada (Não é permitido acesso do público).

Local: Granada Cathedral, Granada, Andalucia, Spain
Fotos: Iola, Rogério Monteiro e Medora
Descrição tumular: Helio Rubiales

Joana
Retrato por Juan de Flandes, c. 1496–1500
Rainha de Castela e Leão
Reinado26 de novembro de 1504
12 de abril de 1555
PredecessoresIsabel I e Fernando V
Sucessor(a)Carlos I (sozinho)
Co-monarcasFilipe I (1506)
Carlos I (1516–1555)
Rainha de Aragão e das Coroas Aragonesas
Reinado23 de janeiro de 1516
12 de abril de 1555
PredecessorFernando II
SucessorCarlos I (sozinho)
Co-monarcaCarlos I
 
MaridoFilipe I de Castela
DescendênciaLeonor da Áustria
Carlos I de Espanha
Isabel da Áustria
Fernando I, Sacro Imperador Romano-Germânico
Maria da Áustria
Catarina da Áustria
CasaTranstâmara
Nascimento6 de novembro de 1479
 ToledoCastela
Morte12 de abril de 1555 (75 anos)
 TordesilhasEspanha
EnterroCapela Real de GranadaGranadaEspanha
PaiFernando II de Aragão
MãeIsabel I de Castela
ReligiãoCatolicismo
Brasão

PERSONAGEM
Joana I, a Louca (Toledo, 6 de Novembro de 1479 — Tordesilhas, 11 de Abril de 1555), La Loca em espanhol, a terceira filha de Fernando II de Aragão e Isabel I de Castela, foi rainha reinante de Castela, depois da morte de sua mãe em 1504, e com a morte de seu pai (o rei de Aragão) em 1516, ela unifica os seus dois reinos e forma um só, o Reino da Espanha. Foi a primeira Rainha da Espanha.
Morreu aos 75 anos de idade.

SINOPSE BIBLIOGRÁFICA
Joana foi a terceira filha dos cognominados Reis Católicos. Nasceu a 6 de Novembro de 1479 na antiga capital visigótica de Toledo e foi batizada com o nome do santo padroeiro da sua família, tal como o seu irmão mais velho, João Desde pequena considerada muito bela e inteligente, recebeu uma esmerada educação, própria a uma infanta e improvável herdeira da Castela, baseada na obediência, ao contrário da exposição pública e da aprendizagem de governo, requeridos na instrução de um príncipe. No estrito e itinerante ambiente da corte castelhana da sua época, Joana foi uma boa aluna no comportamento religioso, urbanidade, boas maneiras e comportamento próprios da corte, sem esquecer as artes, como a dança e a música, entretenimento como a equitação e o conhecimento das línguas românicas da Península Ibérica para além do francês e do latim. Entre os seus principais preceptores se encontraram o sacerdote dominicano Andrés de Miranda, a amiga e tutora da rainha Isabel, Beatriz Galindo, apelidada de "a latina" e, provavelmente a sua mãe
Como era costume na Europa da época, Isabel e Fernando negociaram os casamentos de todos os seus filhos de modo a assegurar objetivos diplomáticos e estratégicos. Conscientes das aptidões de Joana e do seu possível desempenho em outra corte, bem como da necessidade de reforçar os laços com o Sacro Imperador Romano-Germânico, Maximiliano I da Germânia, contra os cada vez mais hegemônicos monarcas franceses da dinastia Valois, ofereceram Joana ao seu filho, Filipe, arquiduque da Áustria, duque da Borgonha, Brabante, Limburgo e Luxemburgo, conde da Flandres, Habsburgo, Hainaut, Holanda, Zelândia, Tirol e Artois, e senhor de Amberes e Malinas entre outras cidades
Filipe encontrava-se na Alemanha e não foi receber a sua noiva, devido à oposição dos conselheiros francófilos, que tencionavam convencer Maximiliano da inconveniência de uma aliança com a Coroa de Castela, e das virtudes de uma aliança com a França.
Apesar de os futuros esposos não se conhecerem, houve bom entendimento entre eles e conta-se que se apaixonaram à primeira vista. A cerimônia foi realizada em Lille, Flandres, a 21 de Outubro de 1496. Não obstante, o casamento não impediu Filipe de ter aventuras amorosas com outras damas, o que fez nascer em Joana ciúmes patológicos. Falava-se de violentos confrontos do casal e que Joana chegara mesmo a agredir uma dama com um pente, suspeitando ser esta uma das amantes do marido. Em pouco tempo chegaram os filhos, o que agudizou os ciúmes de Joana.
Com a morte de sua mãe Isabel em 25 de Novembro de 1504, Joana foi proclamada rainha de Castela em 26 de Novembro e reconhecida pelas Cortes de Toro em 11 de Janeiro de 1505. O testamento encarregava Fernando II de Aragão da administração e governo da sua Coroa de Castela; a rainha proibia a concessão de cargos castelhanos a estrangeiros e determinava ainda que, caso Joana manifestasse sintomas de desequilíbrio, a coroa devia ser regida por seu pai.

Filipe deteria a coroa até 25 de Setembro do mesmo ano, quando morreu repentinamente, em circunstâncias suspeitas. A peste açoitava o país. Suspeitou-se de envenenamento. Outra hipótese dizia que estava a jogar à pelota, em que se destacava, e depois da partida bebeu um jarro de água gelada que provocou uma febre intensa que o matou. Fernando II de Aragão e o cardeal de Cisneros recuperaram o poder.

A VIÚVES DE JOANA
Joana recusou viver em Arévalo, onde estivera encerrada a sua avó portuguesa, louca. Em 1 de Novembro de 1506, dia de finados, a Rainha Joana deu ordens para abrir o caixão do marido, sepultado no esplêndido Panteão Real da Cartuja de Miraflores, em Burgos, onde morrera. Segundo os últimos desejos de Filipe, levou o seu corpo para Granada (exceto o seu coração que pediu que enviassem a Bruxelas, o que se realizou).

Madonna dos Reis Católicos, pintura de cerca de 1490–95; Fernando e o infante João à direita da Madre (com o Inquisidor), Isabel à esquerda

Conta-se que fez embalsamar o corpo, vestiu o cadáver com grande pompa e o levou consigo, encabeçando o cortejo fúnebre, viajando sempre à noite, afastada dos locais onde mulheres pudessem ter contacto com ele. Durante oito frios meses por terras castelhanas, a rainha Joana não se separará por um momento do caixão, acompanhada por um grande número de pessoas, entre as quais religiosos, nobres, damas de companhia, soldados e diversos criados. Nas povoações por que passavam, aumentavam os rumores da sua loucura. Ao fim de alguns meses, os nobres "obrigados" pela sua posição a seguir a rainha, sentiam-se a perder tempo com esta "loucura" em não se ocuparem como deveriam das suas terras.

Na cidade de Torquemada, a 14 de Janeiro de 1507, dá à luz o sexto filho, póstumo, do seu marido, uma menina batizada com o nome de Catarina. A demência da rainha agravava-se. Não queria trocar de roupa nem lavar-se.

Por fim, Fernando II de Aragão, segundo a última vontade de Isabel I de Castela, decidiu encerrá-la, com a pequena Catarina, em Tordesilhas, em Fevereiro de 1509. Com a morte de Fernando II, Carlos I de Espanha tomou o poder. Catarina saiu da companhia da mãe para se casar com João III de Portugal, mas Joana viveu lá durante 46 anos, sem sair do seu palácio.

A literatura romântica fez dela a figura enlouquecida por ciúmes, mas herdara da avó a esquizofrenia que recairia em D. Carlos, seu neto.

MORTE
Sepultada na igreja mudejar de Santa Clara, seu corpo foi trasladado em 1574 para a Capela Real de Granada, junto ao do marido, sendo o castelo de Tordesilhas, onde morreu, demolido em 1771.
Catedral de Granada
Fonte: pt.wikipedia.org
Formatação: Helio Rubiales


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