Túmulo nº407-A/Setor 1
Foto: Encarte de "Rainha da Voz", caixa de com CDs , Guilherme Primo e Carlos Gomes
Descrição tumular: Helio Rubiales
Dalva de Oliveira | |
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Informação geral | |
Nome completo | Vicentina de Paula Oliveira |
Também conhecido(a) como | Rainha da Voz O Rouxinol do Brasil |
Nascimento | 5 de maio de 1917 |
Local de nascimento | Rio Claro Brasil |
Morte | 30 de agosto de 1972 (55 anos) |
Local de morte | Rio de Janeiro |
Nacionalidade | brasileira |
Gênero(s) | MPB samba-canção |
Ocupação(ões) | cantora compositora |
Cônjuge | Herivelto Martins (1936-1949) |
Instrumento(s) | vocal |
Extensão vocal | soprano dramático |
Gravadora(s) | EMI-Odeon / Columbia/ Continental / RCA VICTOR |
Afiliação(ões) | Trio de Ouro Pery Ribeiro |
Vicentina Paula de Oliveira, conhecida como Dalva de Oliveira, (Rio Claro, 5 de maio de 1917 — 31 de agosto de 1972) foi uma cantora brasileira.
Morreu aos 55 anos de idade.
Nasceu Vicentina Paula de Oliveira, nome banal para quem iria fazer o Brasil inteiro atirar-se a seus pés, com sua voz filetada a ouro, estilhaçadora de cristais, predestinada a cantar sob uma eterna luz de um abajur lilás.
Passagem por orfanato, infância com poucos brinquedos, mas, felizmente, com muita música. A vida lhe reservaria algumas tragédias. Mas podemos fotografá-la em muitos momentos: cantando, por exemplo, no alto de um banquinho, acompanhada pelo pai, e depois sob a lona de circos, já adulta. Nada fazia prever que aqueles olhos verdes iriam cegar multidões. Fez-se cantora por vocação, e quase nunca feliz por desígnio. Juntou-se à dupla Preto e Branco, para depois formar o célebre Trio de Ouro, logo sintonizado por Villa-Lobos que, pelos quatro cantos, espalhava que ali estava a maior cantora do Brasil. O branco da antiga dupla, é bom que se esclareça, era Herivelto Martins. Um dos maiores compositores brasileiros de todo os tempos. Com que, aliás, se casou e teve dois filhos, Pery e Ubiratan. Pery herdaria a voz e os olhos da mãe, e o imenso talento do pai. É bom não esquecer que o negro da dupla era Nilo Chagas, que, igual a Ismael Silva, era conhecido também como um negro de alma branca - sem atinar para a carga pejorativa desse aparente elogio.
Casou-se com ele numa igreja de Montmartre. Foi levada a Londres para gravar com a famosa Orquestra de Roberto Inglez e, de lambujem, soltar seus agudos diante da Rainha da Inglaterra. Na Argentina sua voz juntou-se aos bandoneóns de Francisco Canaro e seu grupo de tangos. Um outro amor surgiria, ela já com 47 anots, Nuno com 19.
Amores, desditas, tragédias, quem não as teve? Dalva sabia como desatinar sua vida, arebanhar inquietações, jogar seu barco na tempestade.
A imprensa continuava monitorando sua vida e seu copo, e um fato novo novamente a coloca nas manchetes dos jornais: um desastre pavoroso em seu carro deixa, em agosto de 1965, um rastro de mortos no caminho, e aquela mulher de baixa estatura, cabelos agora alourados, vê-se atirada, agonizante, num hospital. Todo o país fica com a respiração suspensa, uma pergunta sufocando as gargantas: voltaria a cantar? Escapou e, com seu novo e jovem amor, voltou para "seu Shangri-lá" na rua Albano, que sofreria uma reforma inacabável. Do acidente sobrou uma cicatriz, rasgando-lhe o rosto. os tempos eram outros, uma nova geração surgia e sobrou pouco espaço para aquela voz embargada de lágrimas e soluços, com o sentimento transbordando à flor dos ossos.
Poucas cantoras atingiram uma escala de empatia com o público como Dalva. Com a bebida pontuando sua vida, ela fez-se refletir no espelho das canções que, de alguma forma, rasuravam suas desditas. Mas sempre reverenciando seu público, as mãos cruzadas sobre o peito, num discurso sincero: "É como sempre digo, eu não tenho fans, tenho amigos. Obrigada". Rica às vezes, infeliz quase sempre, andando de ônibus no final da vida - ela se autobiografa modestamente em seu folhetim, ocultando ter sido quem realmente foi: não somente Rainha, mas Porta-Voz de todos aqueles que ficaram à margem da vida.
Vida que ela a deixou às 17:15 horas de um 31 de agosto de 1972, espalhando um rastro de luz e um fio de voz que, até hoje, se esparrama qual um prisma luminoso sobre todas as vozes que, de alguma forma, foram embevedar-se em seu coração.
Faleceu vítima de hemorragia no esôfago.
Fonte: Hermínio Bello de Carvalho (Encarte de "Rainha da Voz", caixa de com CDs)
Formatação e pesquisa: Helio Rubiales
3 comentários:
30/08 a morte dela. Só olhar a lápide dela
SAUDADES ETERNAS...
Eu sou do ano de 1959,e durante minha infância,adolescência e até chegar na fase adulta, não procurava saber sobre os artistas da era de ouro do rádio.Mesmo porque na minha adolescência,a jovem guarda mexia muito com nossos corações,e foi de certa forma uma magia pela qua passamos.Porém com o passar dos tempos,com a idade avançando,fui procurar saber quem era a cantora Dalva de Oliveira.Porque antes eu ouvia alguns comentários maravilhosos sobre ela,porém nunca me interessei em saber a importância que ela teve no cenário musical.Porém hoje aos 62 anos,eu vejo o quanto perdi por não ter me interessado pelo assunto.Mas hoje ouço com muito carinho as canções que essa majestosa cantora nos deixou,e apesar de não ter me interessado antes por esse assunto,hoje porém sinto muita saudade dela.😞😥🌹
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