“MEMENTO, HOMO, QUIíA PULVIS ES ET IN PULVEREM REVERTERIS. ”

''REVERTERE AD LOCVM TVVM'

'Retornarás de onde vieste'


ARTE TUMULAR

Existe um tipo de arte que poucas pessoas conhecem, a chamada arte tumular. Deixando-se de lado o preconceito e a superstição, encontraremos nos cemitérios, trabalhos esculpidos em granito, mármore e bronze de personalidades que marcaram época. É um verdadeiro acervo escultórico e arquitetônico a céu aberto, guardando os restos mortais de muitas personalidades imortais de nossa história, onde a morte se torna um grande espetáculo da vida neste lugar de maravilhosas obras de arte e de grande valor histórico e cultural. Através da representação, a simbologia de saudades, amor, tristeza, nobreza, respeito, inocência, sofrimento, dor, reflexão, arrependimento, dá sentido às vidas passadas. No cemitério, a arte tumular é uma forma de cultura preservada no silencio e que não deverá ser temida, mas sim contempladas.



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12 de mar. de 2018

JÚLIO FRANK - Arte Tumular - 1271 - Faculdade de Direito do Largo de São Francisco, USP, São Paulo, Brasil













ARTE TUMULAR
Túmulo localizado no interior do pátio interno da Faculdade, é uma base tumular em mármore, suportando um monumento retangular decorado em formato de capela, abrigando na parte frontal uma placa de bronze com o seu nome e datas. Encimando essa base uma construção em formato de obelisco que simbolicamente enaltece o morto e simboliza a grandeza atingida pelo mesmo. Protegendo todo o perímetro  tumular, um gradil de bronze , tendo em cada um dos cantos, a escultura de uma coruja, também em bronze, considerada a "águia da noite", representada como símbolo da vigilância, meditação e da capacidade de enxergar nas trevas.
Local: Pátio interno da Faculdade de Direito do Largo de São Francisco, USP, São Paulo, Brasil
Fotos: Wikipedia.org
Descrição tumular: Helio Rubiales



PERSONAGEM
Johann Julius Gottfried Ludwig Frank (Göttingen, 8 de dezembro de 1808 — São Paulo, 19 de junho de 1841), conhecido no Brasil como Júlio Frank, foi professor de história, filosofia e geografia no Curso Anexo da Academia do largo de São Francisco, atualmente conhecida como Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo, onde deu aulas de 1834 até sua morte. Também foi o fundador da Bucha, uma Burschenschaft, sociedade secreta que existiu na Universidade de São Paulo e envolveu várias personalidades famosas, como o Barão do Rio Branco, Rui Barbosa e presidentes do Brasil do tempo da República Velha.
Morreu aos 32 anos

SINOPSE BIBLIOGRÁFICA
Johann Julius Gottfried Ludwig Frank, chamado, no Brasil, de Júlio Frank, nasceu na cidade de Göttingen, estado da Turíngia, na Alemanha. Seus pais foram Carlos Frederico Frank, encadernador de livros, e Carlota Frederica, filha do encadernador da Corte.

Desde jovem demonstrou interesse nos estudos, e por conta da desatenção paterna teve que começar a trabalhar desde cedo. Aos 12 anos já dava aulas particulares e, aos 17, entrou para a Universidade de Göttingen, na cidade de Göttingen, na Baixa Saxônia. Devido a problemas com credores, teve de fugir da cidade, indo primeiramente ,  para Leipzig, depois para Berlim, onde começou a dar aulas particulares novamente. Por falta de documentação comprobatória de seus estudos em Göttingen, sua situação econômica tornou-se precária e acabou por imigrar para o Brasil, aonde chegou em 1828. 

Tanto o necrológio de Júlio Frank, publicado na Revista Trimensal do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro em 1841, quanto Sacramento Blake, em seu Diccionario Bibliographico Brasileiro, citam que assim que Frank chegou ao Brasil, foi preso no Forte Tamandaré da Laje, no Rio de Janeiro, aparentemente por problemas com o capitão do navio.

Já liberto, Frank toma o rumo de Ipanema, próximo de Sorocaba, onde Frederico Luís Guilherme de Varnhagem, pai do futuro Visconde de Porto Seguro, dirigia a Real Fábrica de Ferro de São João de Ipanema, também chamada de Fundição Ipanema, onde diversos técnicos dessa primeira siderúrgica brasileira eram alemães. Após algum tempo, fixa-se em Sorocaba como caixeiro de uma loja e passa a dar aulas.

Posteriormente, fixa-se em São Paulo, em uma "república" de estudantes, ajudando os filhos da elite brasileira a conseguirem prestar os exames preparatórios para a Academia de Direito de São Paulo. 

Em 1834 passa no concurso para dar aulas no Curso Anexo da Academia de São Paulo, que havia sido criada em 1827. Como estrangeiro, não poderia ser efetivado, sendo então contratado temporariamente por dez anos. Seu salário anual era de seiscentos mil réis. Em 1834 tinha 38 alunos, em 1836 tinha somente 22, conforme anotações do Marechal Daniel Pedro Muller, em seu livro Ensaios D´Um Quadro Estatístico da Província de São Paulo.

Em 1839, como material de apoio para suas aulas, publica o Resumo de História Universal, em co-autoria com Antônio Joaquim Ribas, seu aluno e futuro professor da mesma cátedra. A obra valeu a Frank a entrada como membro correspondente do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro, assim como Libero Badaró, médico, jornalista e também professor do Curso Anexo.

 Frank era adepto da filosofia liberal, disciplina que também lecionou ao trabalhar com Kant e Fichte. Em uma reunião, numa das repúblicas estudantis, isso por volta de 1831, sugeriu a criação de uma associação de estudantes para ajudar os menos favorecidos, através de uma rede de alunos e ex-alunos  da Academia. A sociedade, comum nas universidades germânicas, foi chamada de "Burschenschaft Paulista", e ficou mais conhecida como a "Bucha".

A influência da Bucha na política brasileira foi tão grande que conseguiu fazer vários presidentes do Brasil e colocar seus membros em altos escalões do governo brasileiro especialmente na época da República Velha. Castro Alves, Rui Barbosa, Afonso Pena, Rodrigues Alves e o Barão do Rio Branco pertenceram à sociedade.

MORTE
Devido a uma pneumonia, Frank veio a falecer em 1841. Por ter nascido dentro do protestantismo, não existe qualquer indício que ele fosse praticante de qualquer religião, não seria possível enterrá-lo no cemitério católico, muito menos dentro das igrejas, hábito comum naquele tempo, outra alternativa seria enterrarem o corpo no cemitério utilizado para os escravos e os animais, o que motivou protestos de seus alunos. Graças a intervenção do Conselheiro Brotero junto ao Bispo de São Paulo foi possível o enterro do professor em um dos pátios internos das Arcadas, diante da sala que utilizava para ministrar suas aulas.  Posteriormente ao enterro foi levantado no local um monumento fúnebre em cantaria, que ainda se encontra no mesmo lugar nos dias atuais, apesar das diversas reformas e a reconstrução do prédio na década de 1930. Além do túmulo, um quadro a óleo de Júlio Frank foi mandado fazer; inicialmente o quadro ficava na sala onde ele dava aulas, posteriormente passou para a biblioteca, de onde desapareceu em 1938.

Fonte: pt.wikipedia.org
Formatação: Helio Rubiales

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