“MEMENTO, HOMO, QUIíA PULVIS ES ET IN PULVEREM REVERTERIS. ”

''REVERTERE AD LOCVM TVVM'

'Retornarás de onde vieste'


ARTE TUMULAR

Existe um tipo de arte que poucas pessoas conhecem, a chamada arte tumular. Deixando-se de lado o preconceito e a superstição, encontraremos nos cemitérios, trabalhos esculpidos em granito, mármore e bronze de personalidades que marcaram época. É um verdadeiro acervo escultórico e arquitetônico a céu aberto, guardando os restos mortais de muitas personalidades imortais de nossa história, onde a morte se torna um grande espetáculo da vida neste lugar de maravilhosas obras de arte e de grande valor histórico e cultural. Através da representação, a simbologia de saudades, amor, tristeza, nobreza, respeito, inocência, sofrimento, dor, reflexão, arrependimento, dá sentido às vidas passadas. No cemitério, a arte tumular é uma forma de cultura preservada no silencio e que não deverá ser temida, mas sim contempladas.



PESQUISAR: COLOQUE O NOME DO PERSONAGEM

19 de fev. de 2013

EXUMADOS RESTOS MORTAIS DE D.PEDRO I





Pela primeira vez em quase 180 anos, os restos mortais do primeiro imperador brasileiro, Dom Pedro I - alojados no Parque da Independência, na zona sul da capital Paulista, desde 1972 - foram exumados para estudos. Também foram abertas as urnas funerárias das duas mulheres de Dom Pedro I: as imperatrizes Dona Leopoldina e Dona Amélia.
Urnas e sarcófago
OS EXAMES
Realizados em sigilo entre fevereiro e setembro de 2012 pela historiadora e arqueóloga Valdirene do Carmo Ambiel, com o apoio da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP) - revelam fatos desconhecidos sobre a família imperial brasileira, agora comprovados pela ciência, e compõem retrato jamais visto dos personagens históricos. Agora se sabe que o imperador tinha quatro costelas fraturadas do lado esquerdo, o que praticamente inutilizou um de seus pulmões - fato que pode ter agravado a tuberculose que o matou, aos 36 anos, em 1834. Os ferimentos agora constatados foram resultado de dois acidentes a cavalo (queda e quebra de carruagem), ambos no Rio, em 1823 e em 1829.


ROUPA
Sabe-se agora que a roupa militar com que Dom Pedro I foi enterrado – túnica provavelmente marrom e calça branca – tinha, ao todo, 54 botões, a maioria de metal, com brasão da coroa portuguesa em alto relevo. Ele usava botas, que se decompuseram quase completamente por causa da umidade: restaram dois saltos de couro e duas esporas de metal. Havia também botões feitos de osso, usados na época principalmente em cuecas.

COMENDAS E MEDALHAS
Entre as comendas “comprobatórias” da identidade está o Tosão de Ouro, ordem de cavalaria fundada no século 15 e concedida apenas a soberanos e seus filhos. Há também duas comendas da Ordem da Torre e da Espada – em uma delas, consta a reprodução da constituição portuguesa, uma reformulação proposta pelo próprio Dom Pedro I em referência a mudanças que fez na Carta Magna de Portugal em 1832 e que foi concedida a ele pouco antes de morrer. A placa, agora restaurada, estava em seis pedaços. Havia ainda uma comenda criada pela avó de Dom Pedro I, chamada Banda das Três Ordens, e duas reproduções da coroa de Portugal, como parte dos galões de ombro do imperador. Todo o material encontrado em Dom Pedro I era feito de metal não nobre – ou latão, ou cobre – exceto o par de abotoaduras de punho, forjadas em ouro. Em meio ao material histórico, houve espaço para curiosidades mais recentes: dentro do caixão do imperador foram colocados 24 cartões de visita, de militares, dentistas, diplomatas, farmacêuticos, brasileiros e portugueses. “Foram colocados ali durante o traslado dos restos do imperador para o Brasil, em 1972. É gente que gostaria de ser ‘lembrada’, mas não será: não vamos divulgar os nomes”, diz a pesquisadora.
Trouxe surpresa à arqueóloga o fato de que não havia nenhuma comenda de ordens brasileiras entre as insígnias com que o imperador foi enterrado. “Esperava pelo menos a Ordem da Rosa, criada pelo próprio Dom Pedro I aqui no Brasil, para homenagear Dona Amélia. Foi uma pequena decepção”, diz a historiadora e arqueóloga Valdirene Ambiel, responsável pelas pesquisas na tumba

Comenda da Ordem da Torre e da Espada
Ordem das 3 Cruzes 
Tosão de Ouro

Placa da Ordem da Torre e da Espada
Coroas nos galões de ombro
Botão de metal (Brasão da Coroa) 
Na conclusão do mestrado, a pesquisadora afirma que, “com base no histórico de fraturas e nas comendas encontradas, não há dúvidas” de que os restos mortais são de Dom Pedro I, mesmo antes dos futuros exames de DNA.
Fonte: Estadão.com.br
Fotos: Valter Muniz - Victor Hugo Mori
Reportagem: Edison Veiga e Vitor Hugo Brandalise / Infografia: Eduardo Asta e Rubens Paiva / Desenvolvimento: Carol Rozendo / Webdesign: Alex Koti / Modelagem 3D: Jonatan Sarmento / Infográfico multimídia produzido a partir de informações do estudo de mestrado desenvolvido pela historiadora e arqueóloga Valdirene do Carmo Ambiel

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