22 de abr. de 2020

FAMÍLIA IMPERIAL BRASILEIRA





A família imperial brasileira governou o Império do Brasil entre 1822 e 1889, desde a Independência do Brasil pelo Príncipe Pedro de Bragança, que depois foi aclamado imperador, como Pedro I do Brasil, e até a deposição de Pedro II do Brasil durante a Proclamação da República.

PERÍODO MONÁRQUICO
Durante o período monárquico da história brasileira, a família imperial brasileira era um ramo da Casa Real Portuguesa de Bragança. Ela era reconhecida legalmente como uma instituição; os parentes mais próximos do monarca eram considerados seus membros, e eram desconsiderados aqueles que renunciavam aos seus direitos dinásticos. Com a Proclamação da República, em 1889, e o consequente fim da monarquia, esse conceito foi oficialmente abolido. Contudo, o movimento favorável à restauração da monarquia no País manteve, informalmente, o conceito de família imperial e criou o título de Chefe da Casa Imperial do Brasil, atribuindo-o aos pretendentes ao extinto trono brasileiro. A família Orleans e Bragança, descendente por via materna da Casa de Bragança e por via paterna da Casa Francesa de Orleãs, é tida pelos monarquistas como a atual família imperial brasileira.

Dois ramos agnáticos requerem a chefia da Casa de Orleans e Bragança no período pós-monárquico: o chamado Ramo de Petrópolis e o Ramo de Vassouras. A rivalidade dentre a família eclodiu em 1946, quando Pedro de Alcântara Gastão de Orleans e Bragança repudiou a renúncia ao trono feita por seu pai, Pedro de Alcântara de Orleans e Bragança, filho mais velho de Isabel do Brasil. Este, renunciara por si mesmo e seus futuros descendentes, a fim de contrair casamento não-dinástico, em 1908. Pedro Carlos de Orleans e Bragança, nascido em 1945, é o filho mais velho de Pedro de Alcântara Gastão de Orleans e Bragança, e chefia o Ramo de Petrópolis. O Ramo de Vassouras, por sua vez, é liderado por seu primo em segundo grau, Luíz Gastão de Orleans e Bragança, um descendente do filho mais jovem de Isabel do Brasil, Luís de Orleans e Bragança.

HISTÓRIA
Fundada por Pedro de Alcântara de Bragança, até então Príncipe Real do Reino Unido de Portugal, Brasil e Algarves e Príncipe Regente do Brasil, representando seu pai, o rei Dom João VI, a Casa Imperial do Brasil foi soberana de 1822, quando da independência do Brasil, até 1889, quando a Proclamação da República do Brasil derrubou a monarquia e depôs o imperador Pedro II.

Seguindo a tradição das monarquias ibéricas, eram considerados membros da família imperial os parentes mais próximos do imperador, desconsiderando-se aqueles que renunciavam aos seus direitos dinásticos. Com a proclamação da república em 1889, e consequente extinção do Império do Brasil nessa data, o movimento monarquista brasileiro criou o título não-oficial de chefe da Casa Imperial do Brasil, atribuindo-o ao herdeiro aparente do extinto trono, e passou a considerar como membros da família imperial brasileira os parentes mais próximos do chefe da casa imperial, desconsiderando-se aqueles que renunciaram aos seus direitos dinásticos

EXÍLIO
Os primeiros membros da família imperial impedidos de retornar ao Brasil foram Amélia de Leuchtenberg, segunda esposa do imperador Pedro I, e sua filha, a princesa Maria Amélia de Bragança. Com a abdicação do primeiro imperador e sua coroação como rei de Portugal, muitos entenderam que Amélia havia perdido seus direitos na Casa Imperial. Sua filha, por outro lado, havia nascido no estrangeiro, com seu pai já sem o trono brasileiro, o que, para muitos, a impedia de cumprir os requisitos para ser considerada princesa do Brasil. Dessa maneira, durante o período regencial, foi interrompido o auxílio financeiro à imperatriz-viúva e a sua filha. Além disso, por temor de que influenciassem de alguma maneira o jovem Pedro II, foram proibidas de pisar em solo brasileiro. Apenas quando o sucessor do trono foi aclamado, a situação de ambas mudou. Em 1841, o Senado, a pedido do Visconde de Sepetiba, emitiu parecer reconhecendo a precedência de Maria Amélia e restabelecendo o auxílio a ambas.

PÓS-MONARQUIA
Com a Proclamação da República, a Família Imperial seguiu para o exílio em Portugal, Espanha, França e Áustria-Hungria. Embarcaram a bordo do vapor Sergipe: Pedro II, Teresa Cristina, Isabel, Gastão, Pedro de Alcântara, Luís Maria, Antônio Gastão e Pedro Augusto. Na comitiva que acompanhava a família, estavam André Rebouças; o Conde de Carapebus; o Barão de Loreto e sua esposa, Maria Amanda Paranaguá Dória; o visconde de Ouro Preto e seu filho, o Conde de Afonso Celso; e o Conde de Mota Maia. Augusto Leopoldo encontrava-se a bordo do cruzador Almirante Barroso, em viagem de circunavegação. O pai desse, Luís Augusto, residia na Áustria desde o falecimento da imperatriz Leopoldina. Além do banimento, o governo republicano confiscou e leiloou muitos dos bens da família imperial. Em 1890 foram realizados treze leilões de bens da Casa Imperial.

O presidente Epitácio Pessoa, por decreto presidencial de 3 de setembro de 1920, revogou a Lei do Banimento. A família imperial pôde então retornar a solo brasileiro. A ocasião foi aproveitada para repatriar os restos mortais do último imperador e de sua consorte, que seriam trasladados de Portugal um ano depois. Dos nove membros da família imperial originalmente exilados, somente dois retornaram vivos ao Brasil: Pedro de Alcântara e seu pai, Gastão, falecido no ano seguinte, a bordo do navio Massilia, a caminho do Brasil para a celebração do centenário da independência. Apesar da proibição então em vigor, Luís tentou desembarcar no Rio de Janeiro 1906, mas foi impedido por autoridades locais. Acabou por falecer no ano da revogação da lei do Banimento, em 1920. 

REPATRIAMENTO
Atualmente, os restos mortais de cinco membros da família imperial exilados em 1889 estão sepultados no Brasil, todos no Mausoléu Imperial, Petrópolis: Pedro II e Teresa Cristina, cujos restos mortais foram trasladados do Panteão dos Braganças, Lisboa, em 1921, por ocasião do centenário da Independência do Brasil; Isabel, removida do cemitério de Eu em 1953; Gastão; e Pedro de Alcântara, transferido do cemitério de Petrópolis em 1990, juntamente com sua esposa, Isabel Dobrzensky. Luís Maria e Antônio Gastão estão sepultados na Capela Real de Dreux, França, onde a esposa do primeiro, Maria Pia, foi sepultada em 1973. Pedro Augusto, Augusto Leopoldo e Luís Augusto estão sepultados na cripta da Igreja de Santo Agostinho, em Coburgo, Alemanha, onde a esposa do último, a princesa Leopoldina, foi enterrada em 1871.

Em 1954, foram transferidos para a Capela Imperial, em São Paulo, os restos mortais da primeira imperatriz, Leopoldina, os quais se encontravam no Convento de Santo Antônio, Rio de Janeiro. No Convento de Santo Antônio estão sepultados alguns dos filhos de ambos os imperadores: Miguel, João Carlos, Paula Mariana, Afonso Pedro e Pedro Afonso, além de Luísa Vitória, filha natimorta de Isabel. Em 1972, por ocasião do Sesquicentenário da Independência, os despojos de Pedro I foram trasladados do Panteão dos Bragança, Lisboa, para a Capela Imperial. O corpo de sua segunda esposa, Amélia, só foi transferido do Panteão dos Bragança para a Capela Imperial em 1982. Nesse mesmo ano, o corpo da filha dessa, Maria Amélia, foi transferido do Panteão dos Bragança para o Convento de Santo Antônio.

A Cripta e Capela Imperial no Monumento à Independência do Brasil, o local de descanso final do Imperador Pedro I e suas duas esposas.

As tumbas do imperador Pedro II e outros membros da família imperial no Mausoléu Imperial.

Mausoléu no Convento de Santo Antônio contendo os túmulos de alguns príncipes e princesas do Império do Brasil.

MEMBROS
PRIMEIRO REINADO
Em 1831, ano da abdicação de Pedro I, esta era a composição da família imperial brasileira:

-Sua Majestade Imperial, Pedro I, imperador do Brasil
-Sua Majestade Imperial, Amélia, imperatriz do Brasil

-Sua Alteza Imperial, Pedro, príncipe imperial do Brasil
-Sua Alteza Imperial, Maria, princesa do Grão-Pará
-Sua Alteza, Januária, princesa do Brasil
-Sua Alteza, Paula Mariana, princesa do Brasil
-Sua Alteza, Francisca, princesa do Brasil
-Sua Alteza, Maria Amélia, princesa do Brasil
-Sua Alteza, Isabel Maria, duquesa de Goiás

SEGUNDO REINADO
Em 1889, ano da proclamação da república do Brasil, esta era a composição da família imperial brasileira:

-Sua Majestade Imperial, Pedro II, imperador do Brasil
-Sua Majestade Imperial, Teresa Cristina, imperatriz do Brasil

-Sua Alteza Imperial, Isabel, princesa imperial do Brasil
-Sua Alteza Imperial, Gastão, príncipe imperial consorte do Brasil e conde d'Eu

-Sua Alteza Imperial, Pedro, príncipe do Grão-Pará
-Sua Alteza, Luís Maria, príncipe do Brasil
-Sua Alteza, Antônio Gastão, príncipe do Brasil

-Sua Alteza, Luís Augusto, Duque da Saxônia e Príncipe de Saxe-Coburgo-Gota (viúvo da princesa   Leopoldina)
-Sua Alteza, Pedro Augusto, príncipe de Saxe-Coburgo-Gota
-Sua Alteza, Augusto Leopoldo, príncipe de Saxe-Coburgo-Gota

-Sua Alteza Real, Januária, condessa de Áquila (irmã de Pedro II)
-Sua Alteza Real, Francisca, princesa de Joinville (irmã de Pedro II)

Fonte: pt.wikipedia.org
Formatação: Helio Rubiales

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