ARTE TUMULAR
Lápide em mármore negro com a imagem do cantor gravada e datas sobre o gramado do cemitério
Local: Cemitério Jardim das Palmeiras, Goiânia, Goias
Foto:Guilherme Primo , wikipedia
Descrição tumular: Helio Rubiales
Leandro | |
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Informação geral | |
Nome completo | Luiz José Costa |
Também conhecido(a) como | Leandro |
Nascimento | 15 de agosto de 1961 |
Local de nascimento | Goianápolis, GO Brasil |
Morte | 23 de junho de 1998 (36 anos) |
Local de morte | São Paulo, SP |
Nacionalidade | brasileiro |
Gênero(s) | sertanejo |
Ocupação(ões) | cantor e compositor |
Instrumento(s) | |
Período em atividade | 1983–1998 |
Gravadora(s) | |
Afiliação(ões) | Leonardo (irmão) |
PERSONAGEM
Luiz José Costa (Goianápolis, 15 de agosto de 1961 – São Paulo, 23 de junho de 1998), mais conhecido como Leandro, foi um cantor e compositor brasileiro, que formou com seu irmão mais novo Emival Eterno Costa, o Leonardo, a dupla sertaneja Leandro & Leonardo.
Morreu aos 36 anos
SINOPSE BIBLIOGRÁFICA
Leandro nasceu no dia 15 de agosto de 1961, em Goianápolis. Filho de Avelino Virgulino da Costa e Carmem Divina Eterno da Silva, morou com os pais e mais oito irmãos na roça, onde estudou até o ensino fundamental. Desde criança, Leandro ajudava os pais numa pequena plantação de tomates e jilós. Mas aquela profissão nunca agradou o sertanejo.
O primeiro emprego de Leandro, junto com o irmão mais novo Emival Eterno Costa, o Leonardo, foi no mercado central de Goiânia, como vendedor de sapatos e engraxate, durante a época de natal. Até que Leandro percebeu sua vocação para a música, e chegou a ser vocalista de uma banda chamada "Os Dominantes", que fazia covers de músicas dos Beatles e de Roberto Carlos. A dupla nasceu em 1983, depois que Leonardo que trabalhava como balconista da Farmácia São Benedito, em Goiânia, foi demitido. Depois de ser bóia-fria, Leonardo foi trabalhar como entregador de remédio. Foi promovido, mas não durou dez dias na nova função. Leonardo receitou um remédio errado para uma cliente que tinha micose. Foi despedido e, junto com seu irmão, resolveu formar a dupla.
No começo dos anos 1980, os irmãos levaram suas violas a pequenos bares de Goianápolis e outras pequenas cidades de Goiás. Mas a dupla só nasceu comercialmente depois que chegou aos ouvidos dos diretores da gravadora Continental. Eles ficaram impressionados com uma fita mal gravada com uma música de apenas três acordes. Era a canção "Entre Tapas e Beijos", que se transformaria em grande sucesso. O nome da dupla foi inspirado em filhos gêmeos de um amigo dos dois irmãos goianos. Com o nome de Leandro e Leonardo, os sertanejos começaram a batalhar no concorrido mercado da música.
Eles mostravam um ritmo sertanejo diferente da antiga moda de viola, que acabou sendo chamado de "sertanejo moderno". Em 1986, a dupla lançou o primeiro disco, que trazia a música "Contradições". O álbum não chegou a emplacar, mas vendeu a razoável quantia de 38 mil cópias. Mas foi em 1989 que Leandro e Leonardo viraram estrelas. Com a música "Entre Tapas e Beijos", do terceiro álbum, os sertanejos venderam um milhão e 300 mil cópias. Leandro fez parte dos apresentadores do programa Amigos da Rede Globo, juntamente com Zezé Di Camargo & Luciano, Chitãozinho & Xororó, e seu irmão, Leonardo.
O sucesso era tão grande que, no início dos anos 1990, os ex-plantadores de Goiás foram recebidos na casa do então presidente Fernando Collor de Mello para um show particular. Além das apresentações na Casa da Dinda, Leandro e Leonardo, fizeram shows no Palácio do Planalto. O quarto álbum, que vendeu quase três milhões de cópias, confirmou a consagração dos astros com o sucesso "Pense em Mim", que marcaria para sempre a dupla sertaneja. Foi a primeira vez que uma dupla sertaneja alcançou essa marca de vendagem. Leandro, responsável pela segunda voz da dupla, nunca negou que sua música se afastava da tradição sertaneja.
Com a renda dos shows e dos discos, Leandro tornou-se um empresário agressivo e bem-sucedido. Formou um patrimônio sólido. Era dono de duas fazendas no estado de Tocantins e de uma fazenda e uma chácara em Goiás. No total, possuía cerca de quatro mil alqueires de terra, nos quais criava seis mil cabeças de gado. Além disso, tinha vários imóveis em Goiânia, entre eles um prédio de três andares que chegou a hospedar um shopping center e um terreno de quinze alqueires dentro da cidade, próximo ao aeroporto. O grosso dos rendimentos do cantor vinha dos cachês de shows da dupla, que oscilavam entre 35 mil e cinquenta mil reais por apresentação. As várias campanhas publicitárias que Leandro & Leonardo protagonizaram também renderam um bom dinheiro.
DOENÇA E MORTE
Foi durante uma pescaria, numa de suas fazendas no estado do Tocantins, em 19 de abril de 1998, que a vida de Leandro começou a mudar. No momento em que puxava o molinete de sua vara de pescar, ele sentiu uma dor aguda nas costas. Voltou para São Paulo, onde iria passar o feriado de 21 de abril com amigos, num sítio no município de Cotia, a 25 quilômetros da capital. Após ser encontrado desmaiado enquanto tomava banho, foi levado ao hospital da cidade para tirar uma radiografia do tórax. O diagnóstico foi divulgado no dia 27 de abril, durante entrevista coletiva no hotel Sheraton Mofarrej, em São Paulo. Na radiografia, apareceu uma mancha sobre o pulmão direito, do tamanho de uma laranja. Era o primeiro indício do diagnóstico que seria confirmado cerca de duas semanas depois, no dia 8 de maio, por médicos no hospital da Universidade Johns Hopkins, em Baltimore, Estados Unidos, onde foi detectado que seu tumor era maligno e se desenvolveu em seu tórax. O cantor goiano sofria de um tipo de câncer de pulmão raríssimo, conhecido por tumor de Askin, localizado no seu pulmão direito. Na ocasião, o cirurgião torácico do hospital São Luiz, Alli Esgaib, disse que as dores não estavam relacionadas ao tumor. O tumor cresceu de forma extremamente rápida, comprometendo o coração e os pulmões, afetando brônquios, veias e também as artérias do coração. No dia 18 de maio, Leandro passou por duas cirurgias, além de reiniciar a terceira etapa do tratamento quimioterápico. Leandro foi submetido à colocação de uma prótese, chamada stent, no interior da veia cava superior (que leva o sangue venoso da cabeça ao coração), que estava sendo comprimida pelo tumor. Depois, ele passou por uma "embolização", para obstruir algumas artérias que alimentam o tumor no sangue. Fontes do Hospital São Luiz revelaram que não houve metástase, ou seja, o tumor não se espalhou por outros órgãos do cantor.
No dia 8 de junho, Leandro fez sua última aparição pública. Na varanda do apartamento, já sem os cabelos por causa da quimioterapia, o cantor acenou para os fãs enrolado em uma bandeira verde e amarela para torcer pela Seleção Brasileira na Copa do Mundo daquele ano.
Uma semana depois, no dia 15 de junho, o cantor sofreu uma parada cardiorrespiratória em seu apartamento no Itaim Bibi, zona sudoeste de São Paulo, e foi levado às pressas para a UTI do Hospital São Luiz, onde permaneceu sedado e respirando com a ajuda de aparelhos. Leandro morreu às 0h10 de 23 de junho de 1998, com falência múltipla dos órgãos, segundo médicos do Hospital São Luiz. O corpo foi velado na Assembleia Legislativa de São Paulo, onde mais de 25 mil fãs compareceram para dar o último adeus ao cantor. Políticos, como o então Vice-presidente da República Marco Maciel, o senador Eduardo Suplicy, e o então Prefeito de São Paulo Celso Pitta compareceram ao velório. Personalidades como Padre Antônio Maria, Carla Perez, Hebe Camargo, Angélica, Ratinho, Serginho Groisman, Gilberto Barros, Franco Scornavacca, Chitãozinho & Xororó, Zezé Di Camargo & Luciano, Daniel, Gian & Giovani, Milionário & José Rico, Paulinho Nogueira, Toquinho, KLB, Vanusa, Beth Guzzo, entre outros, também estiveram lá para a despedida. Em Goiânia, onde foi sepultado, o corpo de Leandro foi levado ao Cemitério Parque Jardim das Palmeiras, acompanhado por um cortejo de 150 mil pessoas. Estima-se que lá, sessenta mil delas passaram em frente do caixão do cantor durante o velório. Leandro recebeu honras do governador do Estado quando seu caixão foi carregado por cadetes do Exército até o túmulo.
Leandro.
A comoção pela morte foi tamanha que a cobertura de seu funeral foi priorizada pelas emissoras televisivas Globo, Bandeirantes, SBT, Manchete e Record em detrimento de uma partida da Copa do Mundo daquele ano, entre França e Dinamarca. A Record sequer exibiu esse jogo, enquanto as demais transmitiram somente o segundo tempo. A morte de Leandro também foi noticiada pelo principal jornal dos Estados Unidos, The New York Times.
Fonte: pt.wikipedia.org
Formatação: Helio Rubiales
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